Senado derruba proposta de Lula e aprova mínimo de R$ 275 O Senado aprovou nesta quinta-feira por 44 votos a 31, e uma abstenção, o substitutivo da oposição que reajusta o salário mínimo para R$ 275. Com isso, foi derrubada a MP (medida provisória) editada pelo governo federal e aprovada na Câmara que aumentava o mínimo para R$ 260. O substitutivo agora será apreciado pelos deputados em segundo turno.

Embora o presidente Lula tenha negociado pessoalmente o voto de diversos senadores e mobilizado os principais ministros –como José Dirceu (Casa Civil), Antonio Palocci (Fazenda) e Aldo Rebelo (Coordenação Política)–, dissidências em praticamente todos os partidos da base aliada levaram à derrota do governo frente a uma oposição bastante organizada. Além disso, a recente disputa entre Rebelo e Dirceu pela coordenação política do governo também atrapalhou.

O governo deverá agora tentar reverter a derrota na Câmara, aprovando pela segunda vez o mínimo de R$ 260. A tarefa, porém, promete ser difícil. Com a proximidade das eleições municipais, dificilmente os deputados assumirão o desgaste de reduzir o valor do mínimo e Lula poderá ser obrigado a vetar a decisão do Congresso.

Dissidências

Enquanto a oposição uniu-se em torno da aprovação do mínimo de R$ 275, a base aliada rachou na votação. No PMDB, por exemplo, o líder Renan Calheiros (AL) previa que houvesse apenas três ou quatro dissidências. No entanto, cinco senadores votaram contra o governo: Ramez Tebet (MS), Sérgio Cabral (RJ), Papaléo Paes (AP), Pedro Simon (RS) e Mão Santa (PI). Além disso, houve uma abstenção, de João Motta (ES).

O PT também não conseguiu isolar Paulo Paim (RS). Além do senador gaúcho, também foram contra a orientação do presidente Lula Flávio Arns (PR) e Serys Slhesssarenko (MT).

No PSB, somente o líder João Capiberibe (AP) votou com o governo. Geraldo Mesquita Jr. (AC) e Antônio Carlos Valadares (SE) aprovaram o mínimo de R$ 275.

O PL, do vice-presidente José Alencar, também atuou como oposição. Marcelo Crivella (RJ) e Magno Malta (ES) votaram contra o governo, enquanto só Aelton Freitas (MG) apoiou a proposta de Lula.

Na oposição, o cenário foi bem diferente. Dos três principais partidos contrários ao governo, apenas o tucano Marcos Guerra (ES) votou contra o mínimo de R$ 275. O PDT contribuiu com 5 votos, o PSDB com 11 e o PFL com 15.