PF deflagra operação contra empresa acusada de espionar governo A Polícia Federal deflagrou hoje operação de busca e apreensão em pelo menos três Estados contra a Kroll, consultoria acusada de espionar empresas e membros do alto escalão do governo federal. A operação também incluiu buscas na casa do presidente do Opportunity, o banqueiro Daniel Dantas.

Batizada de Operação Chacal, a ação foi desencadeada em São Paulo e incluiu o cumprimento de mandados de busca e apreensão expedidos pela 5ª Vara da Justiça Federal. Também foram feitas apreensões em escritórios do Rio de Janeiro e Brasília.

No Rio, os policiais entraram e bloquearam acesso ao escritório do banco Opportunity, localizado no 28º andar do mesmo edifício que abriga a Academia Brasileira de Letras (av. Presidente Wilson, 231, Centro). Também houve apreensões na sede da Kroll, na residência de Daniel Dantas –sócio-fundador do grupo Opportunity, que controla a operadora de telefonia Brasil Telecom– e em outros três endereços na cidade.

Segundo reportagem publicada pela Folha de S.Paulo em julho, a Kroll, uma das maiores empresas de investigação do mundo, teria sido contratada pela presidente da operadora de telefonia Brasil Telecom, Carla Cico, para investigar uma de suas acionistas, a Telecom Italia. O controle da Brasil Telecom é disputado na Justiça pela Telecom Italia e pelo fundo de investimentos Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas.

A espionagem, porém, acabou extrapolando o mundo empresarial e atingiu o governo petista, administrações municipais controladas pelo PT e outras empresas fora do setor de teles. Em sua investigação, a Kroll obteve e-mails antigos do ministro Luiz Gushiken (Comunicação) e também monitorou encontros do presidente do Banco do Brasil, Cássio Casseb, entre outros.

A atuação da Kroll no mundo das teles chegou ao conhecimento da PF em março deste ano, em meio às investigações sobre possíveis ligações entre a Telecom Itália e a Parmalat. A fábrica de laticínios pedira concordata, e os policiais buscavam indícios de irregularidades praticadas pela empresa.

A PF já havia feito apreensões de documentos da Kroll e também chegou a prender Tiago Verdial, acusado de atuar como espião da empresa. No entanto, após prestar depoimento e terminado o prazo do mandado de prisão temporária, Veridal deixou a prisão.