Acusado de crime condenado a 24 anos Crato (Sucursal) – Leandro Figueiredo da Silva, um dos responsáveis pela morte da vendedora de jóias Edilene Maria Pinto Esteves, foi condenado a 24 anos de reclusão, ontem, pelo Tribunal Popular do Júri da Comarca de Barbalha. Foram 23 pelo homicídio, e um por ocultação de cadáver. Porque a pena relativa ao crime mais grave foi superior a 20 anos, o procurador do réu protestou por um novo julgamento, razão porque o acusado volta ao banco dos réus, em novembro deste ano.

A sessão foi realizada sob a presidência do juiz de Direito Deusdete Rodrigues Júnior. O Ministério Público foi representado pelo promotor Germano Guimarães, assistido pelos advogados Paulo Quezado e José Erivaldo dos Santos. A defesa coube ao advogado Walter Ribeiro Cabral.

Os trabalhos começaram às 9h30min. Inicialmente, com a ausência dos outros dois acusados, foram adotadas providências, visando a separação do julgamento. Os outros serão submetidos a Júri na próxima segunda-feira.

TESES – Escolhidos os jurados, o réu foi ouvido, tendo negado a autoria e sua participação no crime. Seu interrogatório demorou duas horas. Em seguida houve leitura de peças e exibição de pertences da vítima. Fazendo um análise completa da maneira como Edilene foi morta, o promotor e seus assistentes pediram a condenação do acusado como autor de homicídio qualificado por crueldade e surpresa. A defesa pediu a improcedência da denúncia.

AUSENTES – Os advogados dos réus Sérgio Brasil Rolim e José Moreira Neto, esse considerado o chefe do ‘Escritório do Crime’, não compareceram ao Tribunal do Júri, razão porque serão julgados na próxima quinta-feira. O advogado de Sérgio Rolim sugere que o julgamento seja realizado nas cidades de Jardim ou Várzea Alegre, pois, sendo realizado em qualquer dessas Comarcas, não haverá prejuízo para a Justiça e, em especial para o processo, porque os acusados continuam presos.

REMOÇÃO – A condução de Sérgio, Leandro e Moreira da Penitenciária Regional do Cariri para o Fórum de Barbalha foi marcada por um forte esquema de segurança. Grupos de mulheres das cidades de Crato, Juazeiro e Barbalha, receberam a viatura da penitenciária com faixas pedindo Justiça aos gritos de “violência não, assassinos na prisão!!!”

Faixas e fotos das mulheres assassinadas no Cariri foram espalhadas nas ruas em frente ao Fórum. Edilene Maria Pinto Esteves, segundo os autos, foi morta com requintes de crueldade, estrangulada e violentada, no dia 9 de dezembro de 2002. Seu corpo foi encontrado no Sítio Correntinho, a dez quilômetros de Barbalha.

A morte de Edilene faz parte de uma lista de 43 mulheres assassinadas, nos últimos quatro anos, no Cariri. Parte delas foi morta pelos integrantes do chamado ‘Escritório do Crime’, que funcionava em Juazeiro do Norte.