Greve tem adesão de 70%, dizem servidores O funcionalismo protesta contra a proposta do governo federal de reajuste salarial de 0,1% para este ano, reivindicando reposição salarial emergencial de 18%

A greve nacional dos servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) atinge 75% dos servidores da categoria, segundo avaliação da Fenasps (federação que reúne trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social). Na sexta-feira, estimava-se que 70% da categoria havia aderido ao movimento, iniciado na quinta-feira passada. A Previdência, por sua vez, ainda não divulgou um balanço oficial sobre a paralisação nesta segunda-feira.

O funcionalismo protesta contra a proposta do governo federal de reajuste salarial de 0,1% para este ano. A categoria reivindica reposição salarial emergencial de 18% – correspondente às perdas acumuladas no governo Lula – e a recomposição das perdas salariais registradas na gestão de Fernando Henrique Cardoso. Em São Paulo, o avanço da paralisação já foi sentido pela superintendência do INSS no Estado. Levantamento da superintendência mostra que a greve fechou 45% das agências do Estado. A adesão foi maior na capital (92%), onde 21 das 26 agências não funcionaram e três abriram parcialmente. No país, existem cerca de 38 mil funcionários espalhados em 1.189 agências do INSS – só em São Paulo são 8.000 em 164 agências.

O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo adiou a audiência que estava marcada para ontem entre o Sinsprev-SP e o Ministério Público do Trabalho. Ao Tribunal, o Sinsprev-SP informou que a negociação sobre a greve estava sendo tratada com o governo federal. Por conta disso, não havia necessidade do assunto ser analisada no Tribunal. O Ministério Público do Trabalho, entretanto, insistiu para que o Tribunal fixasse um percentual mínimo de servidores do INSS em atividade.

O TRT, porém, preferiu deixar as partes se entenderem e informou que a audiência pode ser retomada a qualquer momento. O Ministério Público Federal também entrou com uma ação civil pública contra a greve na 3ª Vara da Justiça Federal. Para o procurador da República Márcio Schusterschitz da Silva Araújo, autor da ação do Ministério Público Federal, o atendimento nos postos do INSS deve ser considerado um serviço básico, pois garante a sobrevivência de várias pessoas.