MP denuncia delegado em quatro crimes

O Ministério Público entregou ontem à tarde, por volta das 15 horas, ao Juiz Carlos Henrique de Oliveira, da 10ª Vara Criminal, a denúncia contra o delegado Roberto de Castro, os inspetores da Polícia Civil Fred Damasceno Maia e Luiz Alberto Freitas, o PM José Ferreira da Silva e o advogado José Monteiro Primo da Paz. Segundo a promotora de Justiça Socorro Brito, da 10ª Vara Criminal, com exceção do advogado os outros foram denunciados por crimes de cárcere privado, extorsão qualificada, formação de quadrilha e assalto. O advogado José Monteiro, segundo ela, foi denunciado por crime de extorsão. Os promotores que estão atuando no caso disseram que o alvo deles foram comerciantes do Bom Jardim, onde Roberto de Castro era delegado titular do 32º DP, naquele bairro, até o final o dia 15 de outubro passado.

”Mais dois policiais civis podem estar envolvidos no caso Roberto de Castro”, disse ao O POVO, ontem, no Forum Clóvis Bevilaqua, a promotora Socorro Brito, acrescentando que já foi pedida a abertura de inquérito por crimes de abuso de autoridade e constrangimento ilegal contra os inspetores da Delegacia de Investigações Criminais (DIC), Newton Souza e Alan Moreira.

A promotora disse que ambos, no dia 18 de outubro passado, teriam pressionado o comerciante Walter Rabelo, uma das vítimas do esquema dos acusados, para não levar o caso ao conhecimento da imprensa. Dos cinco denunciados estão presos Roberto de Castro, na Superintendência da Polícia Civil, o inspetor Fred Damasceno, na Delegacia de Capturas e Polinter e o advogado José Monteiro, no Quartel do BPChoque – Centro de Fortaleza.

A promotora Socorro Brito, disse que o Ministério Público já pediu a decretação da prisão preventiva do inspetor Luiz Alberto e do PM José Ferreira. ”A medida ainda não tinha sido tomada nesse tocante, porque o Ministério Público não tinha a qualificação deles”, disse a promotora. Ela afirmou ainda que o juiz Carlos Henrique somente liberará para a imprensa o termo de denúncia contra os cinco denunciados depois que analisar o inquérito sobre o caso, concluído pelo delegado Evandro Alves de Souza, assessor técnico da Superintendência da Polícia Civil.

No inquérito policial, alegando que não teve tempo suficiente para materialização da extorsão, Evandro Alves indiciou Roberto de Castro e os policiais por abuso de autoridade e cárcere privado. Na 10ª Vara Criminal, os promotores concluíram que houve também os crimes de formação de quadrilha, assalto e a extorsão.