Prisões dão novo rumo ao caso Thiago Fontenele

Seis anos depois, a Justiça deu importante passo para a elucidação da morte do universitário Thiago de Sousa Fontenele, homicídio que ganhou grande repercussão no Ceará. É que o Ministério Público denunciou e pediu a prisão preventiva dos dois homens acusados de matar o estudante de Engenharia Civil, assassinado com um tiro no olho, em 19 de junho de 1999, em frente à casa de sua namorada na Cidade dos Funcionários. Estão presos Carmenho Oliveira de Almeida, 43, e André Silva de Abreu, o ”Andrezinho”.

Com a prisão dos executores, o promotor Walter Silva Pinto Filho espera chegar aos mandantes. Para isso, a partir das 13 horas de hoje, na sala de audiência da 3ª Vara do Júri, o promotor e o juiz José de Castro Andrade irão ouvir o interrogatório dos acusados.

O assassinato de Thiago Fontenele ganhou repercussão, segundo o promotor Walter Filho, por alimentar a tese de provável erro de execução. O universitário teria sido assassinado por engano. O alvo seria outro homem, que na época tentou matar a esposa. Embora não haja evidências de ligação de um crime com o outro, o Ministério Público não descarta nenhuma possibilidade. ”Se houver a ligação, pedirei a prisão de quem quer que seja”, avisou o promotor da 3ª Vara do Júri.

Um dos acusados do crime contra Thiago, Andrezinho, já estava preso cumprindo pena de cinco anos e quatro meses por assalto no Instituto Penal Paulo Sarasate (IPPS). O segundo, Carmenho Almeida, foi capturado na última sexta-feira, 25, por uma equipe da PM, depois que o juiz da 3ª Vara do Júri, José de Castro Andrade, decretou a preventiva dos acusados. A prisão aconteceu na Cidade dos Funcionários.

O promotor Walter Filho ofereceu a denúncia e pediu a prisão preventiva de Carmenho Almeida e Andrezinho, baseada nas provas colhidas nos autos do inquérito policial. Nesses seis anos de investigações, três delegados assumiram o caso e o processo que apura a morte de Thiago Fontenele consta de mais de 600 páginas dividas em dois volumes.

O crime aconteceu por volta das 23 horas do dia 19 de junho de 1999, em frente à casa da namorada de Thiago Fontenele. A testemunha do crime, A.F.P., namorada de Thiago, disse que dois homens se aproximaram do casal e um deles atirou sem nada dizer. Por isso, a Polícia e o Ministério Público descartaram de imediato crime de latrocínio, ou seja, roubo seguido de morte.

Ouvidos em depoimentos, os acusados disseram que estavam no local do crime, mas não teriam envolvimento com a morte do estudante de Engenharia Civil. Porém, conforme o promotor Walter Filho, os dois se contradizem. Para o Ministério Público, Andrezinho teria sido o responsável pelo disparo que matou Thiago Fontenele.

O promotor Walter Filho acredita que havia outra pessoa na cena do crime. ”Com o interrogatório de hoje, iniciamos a instrução criminal do processo e o mais importante é que poderemos chegar a mais pessoas envolvidas nesse homicídio”, destacou Walter Filho.