Relatório da ONU aprova uso de transgênicos Um relatório divulgado nesta segunda-feira pela FAO (Food and Agriculture Organization) – órgão das Nações Unidas para alimentos e agricultura – aprova a utilização de sementes geneticamente modificadas e diz que a biotecnologia só não traz mais benefícios porque ainda não se disseminou suficientemente nos países pobres.

Segundo o relatório, os OGMs (Organismos Geneticamente Modificados) já ajudaram economicamente pequenos fazendeiros, apresentaram ganhos ambientais – com a redução do uso de pesticidas e herbicidas tóxicos – e não demonstraram efeitos nocivos à saúde.

O problema, de acordo com a FAO, é que, até agora, a tecnologia tem sido mais utilizada para culturas agrícolas de grande interesse comercial.

Para Harwig de Haen, assistente do diretor geral do departamento econômico e social da FAO, a biotecnologia não é uma panacéia para a luta contra a fome no mundo, mas pode ajudar de três maneiras: aumentando a produção e rendimento dos fazendeiros, aumentando o suprimento de alimentos no mundo – o que acarretaria em uma redução nos preços -, e contribuindo para a melhoria nutricional das colheitas.

Porém, de acordo com Haen, para garantir os benefícios aos mais pobres, os governos de todo o mundo devem se envolver mais na pesquisa e desenvolvimento de novas sementes, em vez de deixarem a tarefa nas mãos de corporações privadas. “A FAO acredita que a biotecnologia pode beneficiar os mais pobres, mas os ganhos não são garantidos”, afirmou Haen.

O relatório deve alimentar o debate sobre o tema em um momento em que aumenta a oposição aos OGMs em alguns países da Europa e da África.

Os que defendem os transgênicos dizem que as plantações podem resistir a insetos e receber vitaminas extras, representando vantagens para fazendeiros e consumidores.

Por outro lado, os oponentes dizem as plantações com transgênicos trazem riscos desconhecidos à saúde e ao ambiente e que apenas as multinacionais que desenvolvem e vendem sementes geneticamente modificadas se beneficiam. O relatório está disponível no site www.fao.org