Movimento em delegacias do Estado continua intenso DELEGACIAS Movimento continua intenso

As delegacias de plantão na última segunda-feira, 24, no quarto dia da greve dos delegados da Polícia Civil, chegaram a registrar o dobro de ocorrências de um dia normal. Contudo, o movimento foi mais ameno do que no fim de semana

As delegacias de plantão na última segunda-feira, 24, no quarto dia da greve dos delegados da Polícia Civil, chegaram a registrar o dobro de ocorrências de um dia normal. Contudo, o movimento foi mais ameno do que no fim de semana, quando apenas três unidades atenderam à Região Metropolitana de Fortaleza. Nos dias úteis, durante a greve, 16 das 51 delegacias estarão funcionando na Capital e Região Metropolitana.

Na delegacia do Conjunto Ceará, por exemplo, só no período da manhã foram feitos 42 registros de ocorrência. A delegada Lindalva Lima diz que a média de atendimento em uma manhã são cerca de 20 Boletins de Ocorrência (BOs). Ontem, a unidade estava atendendo casos da área de três delegacias: Conjunto Ceará – região que já atua – , Bom Jardim e Antônio Bezerra. ‘Não foi normal, mas na segunda-feira o movimento é grande mesmo’, disse Lindalva.

No 3º Distrito Policial (Bezerra de Menezes) a expectativa ontem seria chegar ao fim do expediente, à meia-noite, com cerca de 80 boletins de ocorrência, o dobro da média de um dia normal. No fim da manhã, o delegado Francisco Braga não soube precisar o número de atendimentos. ‘Foi muito movimentado’, declarou apenas.

Lindomar Gomes dos Santos procurou atendimento no 5º DP (Edson Queiroz) por volta das 10 horas para fazer o registro de perda de documentos, mas teve que se deslocar para o 3º DP. ‘Eles falaram da greve e me mandaram vir logo pra cá (3º DP), mas fui atendido rapidamente’, disse. Para agilizar o atendimento, a delegacia, que normalmente mantém três escrivães, funcionou com quatro funcionários na manhã de ontem.

Já as pessoas que procuraram o 7º Distrito Policial (Pirambu), a única delegacia de plantão no fim de semana, foram encaminhadas para a Delegacia de Defraudações e Falsificações (Centro), que também esteve bastante movimentada.

O presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil (Sindepol), Luzemar Cunha, disse que há possibilidade de policiais, médicos legistas e peritos participarem do movimento de paralisação. De acordo com ele, há 100% de adesão da categoria, mas estão sendo mantidas abertas 30% das unidades, conforme as exigências legais para serviços essenciais.

Luzemar criticou os números apresentados no fim de semana pelo secretário de Segurança Pública, Wilson Nascimento. ‘Estatística tem a cara e o direcionamento de quem as produz’, disse. Ele culpou o Governo do Estado pelo ‘transtorno enorme’ vivido pela população com a greve. ‘O governo tem se mostrado inábil, ele teve um ano e dois meses para negociar’.