Waldomiro e Cachoeira mantêm versões diferentes em acareação A acareação entre o ex-assessor da Casa Civil Waldomiro Diniz e o empresário Carlos Augusto Ramos, o Cachoeira, não resultou em grandes avanços na investigação sobre o pagamento de propina e de doação de campanha investigados pela CPI da Assembléia fluminense que apura irregularidade na Loterj (Loteria do Estado do Rio). Waldomiro presidiu o órgão entre fevereiro de 2001 e dezembro de 2002.

Segundo o presidente da CPI, deputado estadual Alessandro Calazans (PV), “um dos ouvidos, ou ambos, podem estar mentindo”.

Na acareação Waldomiro voltou a negar que tenha pedido R$ 100 mil a Cachoeira para a campanha do candidato derrotado do PT ao governo do Distrito Federal Geraldo Magela. O ex-assessor disse que Cachoeira doou o dinheiro “espontaneamente”.

“Com todo prejuízo que tive não posso faltar com a verdade. Essa declaração [de que não havia pedido contribuição de campanha] diz respeito a pessoas que prezo. A verdade dos fatos é essa, e dela não abrirei mão”, declarou.

Cachoeira contestou a afirmação de Waldomiro: “Não dei nenhum centavo para a campanha de Geraldo Magela. Se o outro depoente está dizendo isso, é para prejudicar alguém”.

Nem Waldomiro, nem seu advogado, Luiz Guilherme Vieira, falaram com a imprensa depois da acareação, que durou duas horas e 15 minutos. Cachoeira disse a jornalistas que está “tranqüilo.

“Estou satisfeito. Estou com a consciência tranqüila e, logicamente, vim para colaborar com essa comissão”.

Para o advogado do empresário, Raimundo Barbosa, “ficou claro que foi Waldomiro quem mentiu” na acareação.

Calazans disse que já há indícios suficientes para indiciar várias pessoas ao Ministério Público, sem, no entanto, citar nomes.

“Já temos provas suficientes para pedir o indiciamento de vários personagens desse caso por corrupção ativa e passiva, prevaricação, formação de quadrilha e crime eleitoral”, avaliou o presidente da CPI