Salário de R$ 260 – Câmara mantém valor O governo deu o troco na Câmara uma semana depois de a oposição, com apoio de parte da base, conseguir aprovar um substitutivo no Senado que reajustava o salário mínimo para R$ 275. No início da tarde desta quarta-feira, com 272 votos a favor, 172 contra e quatro abstenções, os aliados rejeitaram o substitutivo da oposição e retomaram o valor de R$ 260, previsto originariamente na medida provisória editada pelo governo federal. A vitória do governo evita um desgaste pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Se o valor proposto pela oposição fosse mantido, caberia a ele o desgaste político de vetar o texto. O presidente está nos EUA em viagem oficial e só volta no final da próxima quinta-feira. Na primeira votação da MP pela Câmara, em 2 de junho, o texto-base do governo foi aprovado simbolicamente. Porém, antes os deputados governistas derrubaram por 266 votos a 167, e seis abstenções um substitutivo apresentado pelo PFL que tentava elevar o valor para os mesmos R$ 275.

Um acordo acertado ontem entre a base e a oposição permitiu a votação nominal por meio do painel eletrônico da Casa. Normalmente as votações de MPs acontecem em votação simbólica (sem a necessidade de voto nominal). Com os dois lados mostrando abertamente quem votou a favor ou contra o governo, restou aos oposicionistas protestarem.

Durante a sessão, vários deputados oposicionista usavam nos paletós mensagens com dizeres em defesa do mínimo de R$ 275. Antes da votação, ainda na fase de discussão da MP. O deputado Rodrigo Maia (PFL-RJ), relator do substitutivo, disse em voz alta os nomes de todos os deputados e senadores que já votaram a favor do mínimo de R$ 260.

Maia também levou ao plenário um caixão simbolizando o enterro dos partidos governistas: PT, PC do B, PTB, PL, PSB e PV. Ao derrubar o mínimo de R$ 275, o governo evitou um gasto superior a R$ 2 bilhões no decorrer deste ano. Segundo cálculos da Previdência, cada R$ 10 a mais no mínimo eleva em R$ 2,4 bilhões os gastos da pasta. A medida provisória, agora, irá à sanção presidencial.