MPMG quer afastamento de policias MPMG quer afastamento de policias lotados na Delegacia deTóxicos que possuem antecedentes criminais
O promotor de Justiça Leonardo Távora Castelo Branco, com base em procedimento administrativo instaurado para investigar irregularidades envolvendo policiais civis da Divisão de Tóxicos e Entorpecentes, enviou relatório às autoridades responsáveis pela Segurança no Estado, solicitando o imediato afastamento de policiais civis lotados naquela Delegacia que registram antecedentes criminais de natureza grave, tais como peculato, concussão, seqüestro e cárcere privado, extorsão qualificada, homicídio qualificado, lesão corporal de natureza grave, furto qualificado, tráfico e uso drogas.
O procedimento administrativo resultou de investigação sobre tráfico de drogas realizada, em agosto de 2003, pela Polícia Federal que, por meio de escuta telefônica autorizada pela Justiça, identificou à época o envolvimento de seis policiais da Delegacia de Tóxicos com traficantes. Nesse caso, as medidas criminais e administrativas para a completa apuração dos fatos foram adotadas.
No curso do procedimento administrativo, o Ministério Público Estadual apurou que dos 83 policiais civis lotados na Delegacia de Tóxicos, 49 apresentam antecedentes criminais, sendo que no caso de 18 deles, esses antecedentes são de natureza grave, com o envolvimento em crimes como peculato, concussão, homicídio formação de quadrilha e furto. Desses 18 policiais, quatro são condenados e apenas um permanece afastado do exercício de suas funções.
Foi constatado, ainda, na investigação, que policiais civis que registram inúmeros antecedentes criminais em suas Certidões de Antecedentes Criminais (CAC), documento emitido pela Justiça, não registram antecedentes em suas Folhas de Antecedentes Criminais (FAC), registro mantido pela Polícia Civil, fato que de acordo com o Ministério Público, pode evidenciar que os dados estão sendo alterados, possivelmente de forma criminosa.