Peritos confirmam assinatura de Maluf Dois peritos contratados pelo Ministério Público de São Paulo disseram ontem que são do ex-prefeito Paulo Maluf (PP) as assinaturas que constam em uma ficha de abertura de conta bancária na Suíça e em carta de transferência de valores para Londres. Segundo os peritos, não há indícios de que os papéis foram fraudados.

Candidato à prefeitura paulistana, Maluf nega ter contas fora do país. Há cerca de três semanas, divulgou laudos de outros dois peritos que disseram ser impossível comprovar a autenticidade em papéis fotocopiados. Para isso, seria necessária a documentação original, que não está no Brasil. Os peritos Ricardo Molina e Edmundo Braun, contratados pelo Ministério Público, não concordam.

”Por tudo o que observei, as duas assinaturas pertencem ao cunho de Paulo Salim Maluf. São autênticas”, afirmou Braun. Os dois documentos fazem parte do lote de papéis enviados pela Justiça suíça ao Brasil, onde Maluf é investigado, desde de junho de 2001, pela remessa ilegal de milhões de dólares para o exterior. A carta, escrita em inglês e dirigida ao Banco UBS de Zurique (Suíça), é datada de 16 de dezembro de 1996, último mês da Maluf como prefeito (1993-1996).

Pelo texto, pede-se a transferência dos valores depositados em nome da White Gold Foundation para um conta aberta em Londres, em nome da Durant International. As duas empresas com nomes fictícios, ainda segundo a Suíça, pertencem à família Maluf. A reportagem teve acesso à ata de fundação da White Gold, que cita como beneficiário o ex-prefeito e, em caso de morte, a mulher dele, Sylvia, e os quatro filhos.

O segundo documento analisado é uma ficha de abertura de conta na Suíça, de 5 de julho de 85, em nome da Blue Diamond. Maluf, segundo a Justiça suíça, é o ”detentor de direitos” da conta. Tanto a carta quanto a ficha trazem uma assinatura similar à de Maluf. E, apesar de o ex-prefeito não reconhecer os papéis como originais, Molina diz que não há possibilidade de montagem. ”O documento não tem qualquer indício ou a mínima pista que aponte fraude. Pelo contrário, os indícios apontam para a autenticidade”.