Abin investiga mais o exterior e muda chefia Um balanço parcial sobre a produção da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) divulgado ontem mostra que o Brasil mudou o foco das investigações de ameaças internas para o cenário internacional, por ordem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Depois de mudanças em 70% de seus cargos de chefia, a agência não possui mais nenhum militar em postos de comando. De acordo com a Folha de S. Paulo, 28,34% dos despachos encaminhados a Lula neste ano dizem respeito à conjuntura internacional. Lula recebeu ao todo 307 relatórios da Abin, de janeiro até o dia 31 de agosto. Destes, 22,14% são ligados à área da segurança pública. A atuação de serviços de inteligência estrangeiros responde por 8,15% das investigações da Abin.

Apesar da mudança, a agência não aumentou os agentes no exterior. Possui apenas dois escritórios, na Argentina e nos EUA, e obtém 80% das informações a partir de fontes públicas.

Mudanças na chefia Em palestra aos jornalistas, o diretor geral da Abin, Mauro Marcelo de Lima e Silva revelou que houve mudanças em 70% dos cargos de chefia. Não há, por exemplo, mais nenhum militar em posto de comando. “O público de universitários, aprovado em concursos, tem divergências culturais com militares do extinto SNI que ainda estão na Abin”, afirmou.

Outra informação repassada por Silva é de que a Abin tem recebido denúncias de funcionários de operadoras de telefonia que estariam sendo cooptados para a prática de grampos ilegais.