Campanha deve aumentar denúncias sobre tráfico de pessoas Além de ações de mobilização social, a Campanha de Combate ao Tráfico Internacional de Seres Humanos, lançada nesta quarta-feira em Goiânia, pelo Ministério da Justiça, inclui um banco de dados da Polícia Federal que vai registrar os casos e um treinamento para capacitar policiais, juízes e outros membros do Judiciário e do Ministério Público.

Segundo a secretária nacional de Justiça, Cláudia Chagas, o objetivo não é só atingir as possíveis vítimas de aliciadores, mas também as famílias delas, para que, assim, o número de denúncias aumente.

“O que se quer é ter um número maior de condenações com relação a esse crime, mas também trabalhar a prevenção dele. Queremos evitar que essas pessoas que imaginam que terão uma grande chance de trabalho no exterior, uma vida de Cinderela, ao chegar lá, percebam que nada disso existe, que elas se tornaram escravas e serão usadas na prostituição, no crime organizado, sem ter acesso a seus documentos, sem ter dinheiro e sem ter contato com seus parentes”, explicou Chagas.

Além de mulheres, homens e crianças também são vítimas do tráfico de seres humanos. No Brasil, não existe uma lei que englobe as três categorias, mas, de acordo com a secretária nacional de Justiça, isso vai mudar.

Os principais estados que exportam pessoas para o exterior, principalmente para o mercado do sexo, são Goiás, Ceará, Rio de Janeiro e São Paulo.

Já os principais países que recebem essas pessoas são Espanha, Portugal e Itália. Nesses países, também existem campanhas de conscientização da sociedade.

Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), o tráfico de seres humanos é uma das atividades mais rentáveis do crime organizado, com uma movimentação financeira estimada em US$ 9 bilhões por ano