Luiz Farias é condenado a dois anos de prisão O ex-prefeito de Hidrolândia Luiz Antônio de Farias (PFL), foi condenado na última quarta-feira a dois anos de prisão em regime aberto pelos crimes de lesão corporal e constrangimento ilegal, cometidos em fevereiro de 2000 contra uma equipe de O POVO, que apurava denúncias de corrupção na Prefeitura. A decisão foi das Câmaras Criminais Reunidas do Tribunal de Justiça.

Em 22 de fevereiro de 2000, Farias e dois de seus seguranças agrediram com socos e pontapés dois jornalistas do O POVO que apuravam denúncias de irregularidades na prefeitura. À época, o caso foi denunciado formalmente ao Ministério Público e três processos foram abertos na Justiça contra o ex-prefeito.

Segundo a desembargadora Huguette Braquehais, relatora do processo, Farias não tem direito a cumprir pena alternativa, por já possuir antecedentes criminais. A desembargadora explica que um juiz, ainda não determinado, estabelecerá as condições de cumprimento da pena. Ela explica que o ex-prefeito poderá entrar com embargos de declaração no Tribunal de Justiça do Ceará ou recorrer ao Superior Tribunal de Justiça.

A ficha criminal do ex-prefeito é extensa. Em junho de 2001, ele foi condenado a seis meses de prisão por agredir um vereador. Em março de 2004, o ex-secretário de educação do município Varela Mororó o acusou de tê-lo chutado, cuspido e agredido verbalmente.

Em maio de 2004, Farias foi denunciado criminalmente e teve sua prisão preventiva decretada pelo Ministério Público. Ele e três vereadores foram acusados de comprar medicamentos para distribuir entre eleitores.

Em junho deste ano, o mandato de Farias foi cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), por abuso de poder econômico e corrupção eleitoral durante a eleição de 2000. O segundo colocado na eleição, Carlos Martins (PPS), assumiu a cadeira de Farias na prefeitura.

O inferno astral de Luiz Antônio de Farias teve ontem um novo capítulo. O juiz de Hidrolândia, José Ronald Cavalcante Soares Júnior, bloqueou liminarmente os bens da Fundação Farias, gerida pelo ex-prefeito. Com a decisão, a Rádio Centro-Norte FM e 15 veículos ligados à entidade estão revertidos em favor da paróquia da cidade.

A decisão do juiz resultou da uma ação do Ministério Público referente à atuação da Fundação Farias. Estaturariamente, a entidade deveria ter ”finalidade educativa”, mas o Ministério Público avaliou que a fundação atua em defesa do grupo político do ex-prefeito.

Luiz Antônio de Farias preferiu não comentar as duas decisões. ”Não posso dar informação ao O POVO. Não ligue mais pra cá”, reagiu.