Deputados e ministro debatem intervenção A guerra declarada entre o Ministério da Saúde e a Prefeitura do Rio de Janeiro chegou ontem à Câmara dos Deputados, em Brasília. Entre trocas de acusações e até desaforos, partidários do prefeito Cesar Maia (PFL) e do governo federal fizeram uma sessão especial da Comissão de Fiscalização e Controle sobre a intervenção do ministério em seis hospitais no município do Rio, com a presença do ministro Humberto Costa, da qual saíram poucos resultados práticos e muita política.

A decisão anunciada pelo presidente da comissão, Alexandre Cardoso (PSB-RJ), depois da reunião, é que será criada uma subcomissão externa de deputados, auxiliados por técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU), para ir ao Rio de Janeiro na próxima semana e examinar a situação. ”Temos que encontrar os responsáveis. Uma situação assim, onde morreram pessoas, não pode ficar sem responsáveis”, disse.

Incompetência, incapacidade de gestão e falta de vontade política foram algumas das acusações de Costa ao prefeito do Rio. O troco foram acusações de que o ministro está usando a intervenção para ficar no cargo, ameaçado pela reforma ministerial preparada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em quatro horas de sessão, o ministro apresentou um relatório da situação no Rio de Janeiro enquanto uma claque de funcionários do ministério e sindicalistas do Rio de Janeiro lotava a sala da comissão para aplaudir Costa e vaiar os oposicionistas, chegando aos gritos de ”Fora Cesar Maia”.

Costa defendeu a intervenção no Rio alegando que havia recursos e estrutura, mas a prefeitura não tinha interesse em chegar a uma solução negociada.

Hospitais de referência do Exército, da Marinha e da Aeronáutica no Rio, que centralizam a transferência de pacientes militares de todo o País, serão usados pelo governo para tentar amenizar a crise na saúde pública que afeta o município. Em reunião com o coordenador da intervenção federal, Sérgio Côrtes, representantes militares aceitaram colaborar com o Ministério da Saúde. (das agências)