Procurador da República critica segurança pública “O secretário de Segurança não tem mais o controle da Polícia e os problemas dentro dela não se resolvem com burocracia, com boletim de ocorrência como eles querem”. A crítica do procurador da República, Oscar Costa Filho, ao titular da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), Wilson Nascimento, tem como motivo a denúncia de “assassinos de aluguel” na Polícia Militar, dispostos a matar o procurador.

O caso foi retratado ontem pelo Diário do Nordeste, com trechos da gravação de uma testemunha, cuja voz Costa Filho diz ser de Francisco Carlos Pereira Leite, que se apresentou como proprietário de um terreno ocupado no bairro Jóquei Clube.

Carlos Leite revela que oficiais da Polícia Militar ofereceram-se, por dinheiro, para “exterminar” tanto Oscar quanto lideranças comunitárias, que investigam a legalidade da escritura do imóvel.

O procurador, que ontem ficou de oficializar pedido de audiência com o governador Lúcio Alcântara, entende que o nome do Estado está em jogo. “É uma questão de governabilidade, por isso o governador precisa intervir para acabar com essa impunidade dos abusos da Polícia”, comentou.

Sobre a sugestão da SSPDS de que Oscar fizesse um Boletim de Ocorrência (B.O.) para registrar a denúncia, ele definiu como burocracia.

“Fazer isso não vai dar em nada, como nunca dá; não querem resolver o problema, que é culpa deles, e apostam na burocracia para deixar do jeito que está”, completou.

Ontem pela manhã, Oscar Costa Filho recebeu representantes do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas – Dnocs (instituição que tinha a posse do terreno em questão) e lideranças da comunidade que ocupa aquela área no Jóquei Clube, de cerca de 3.200 metros quadrados, entre as vias Lineu Machado, Ernesto Pedro dos Santos, Carneiro de Mendonça e Hilda Xavante.

FORMALIZAR — A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social manifestou-se, por meio da Assessoria de Comunicação, reforçando que o procurador precisa registrar a denúncia em B.O, afirmando que medidas só podem ser tomadas oficialmente a partir desse procedimento.