Jobim dá nota 4,5 para o Judiciário O Poder Judiciário está reprovado, na opinião do maior dos seus representantes. Por conta da ineficiência da Justiça brasileira, o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Nelson Jobim (foto), atribuiu nota 4,5 ao Judiciário. “Caótico, o sistema judiciário brasileiro não chega a ser. Mas, de zero a 10, daria nota 5 ou 4,5”, afirmou Jobim, durante um almoço promovido pela Câmara Britânica de Comércio e Industria, no Clube Americano, no Rio. “O grau de ineficiência da Justiça é muito alto. Quando se fala ineficiência, leia-se morosidade, no caso. Tem decisões que levam um tempo imenso”, reconheceu o presidente do Supremo. Para Jobim, o quadro só se modificará depois de passados cinco anos da aprovação dos projetos que complementam a reforma do Judiciário, que estão em tramitação no Congresso.

STF faz retrato nacional

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobim, instalará o Conselho Nacional de Justiça nos próximos dias 5 ou 6 de junho.

Para Jobim, esse será um passo importante na reformulação do Judiciário. “O conselho terá uma grande função”, disse o presidente do STF. “Hoje, não há um centro que pense o Poder Judiciário nacionalmente”, avaliou. O Supremo, no entanto, afirma Jobim, já começou preliminarmente a realizar as tarefas de reformulação da Justiça que depois serão do conselho. Um sistema “tradutor” está sendo instalado nas redes de informática do Judiciário para permitir que todos os computadores conversem.

Além disso, um levantamento sobre 46 diferentes itens da Justiça, como pessoal e custos, está sendo concluído. “Feito esse retrato nacional, poderemos estabelecer uma política estratégica de adoção, num período de cinco anos, de mudanças”, considerou Nelson Jobim. “Não adianta dizer que resolveremos o problema se o orçamento da Justiça for triplicado. Sabemos que isso não vai acontecer. Então, temos de nos tornar eficientes com o que temos.”