Governo aposta nas indicações do Supremo e da OAB ao Conselho Para ter influência sobre os 15 integrantes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o governo federal aposta nos nomes indicados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). São eles: os advogados Claudio Luiz Bueno Godói, Marcus Faver, Paulo Luiz Netto Lôbo e Oscar Otávio Coimbra Argollo, além do presidente do STF, Nelson Jobim.
Godói é próximo ao ministro Cezar Peluso, do STF, o que deverá facilitar o contato. Peluso foi indicado por Lula para o Supremo com o apoio do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. Ele fez questão de encampar o nome de Peluso para o STF atendendo a pedidos da maioria dos desembargadores de São Paulo e do apoio da OAB. Como Peluso, Godói também é oriundo do Tribunal de Justiça de São Paulo. O contato do governo com os outros três advogados deverá ser ampliado junto à OAB. Faver e Argollo vêm do Rio e Lôbo é de Alagoas.
O governo não vê adversários, nem exclui o contato com nenhum dos indicados. Mas sabe que terá de lidar com nomes mais próximos a partidos de oposição. Aprovado pela Câmara, Alexandre de Moraes é do PFL e secretário do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Indicado em comum acordo com os líderes do Congresso e com o aval do Ministério da Justiça, Joaquim Falcão é ligado ao PFL de Pernambuco. Um dos nomes do STJ, Pádua Ribeiro, é próximo ao PSDB – manteve contatos com Pedro Malan e Pedro Parente quando presidiu o tribunal (entre 1998 e 2000). E, para completar, o presidente do Supremo, Nelson Jobim, que mantém boas relações com o presidente Lula, é próximo de Fernando Henrique Cardoso e de José Serra.
Existem pelo menos dois assuntos fundamentais para o governo Lula no CNJ. São: as bandeiras de combate à corrupção e de integração da Justiça. Quanto à primeira, o CNJ poderá aplicar penas aos juízes, de advertência a aposentadoria compulsória. Sobre a integração, o governo defende a unificação de padrões na Justiça dos Estados. O padrão comum é importante para medir a eficiência dos juízes em cada Estado e, assim, realizar o planejamento de políticas judiciais locais.