Começa o julgamento mais esperado no Cariri Tem início hoje, a partir das 8 horas, no Fórum da Comarca de Barbalha, a 550 quilômetros de Fortaleza, o julgamento mais esperado atualmente pelos moradores da região do Cariri. Começam a ser julgados três homens acusados de fazer parte do ”Escritório do Crime”, organização criminosa responsável por crimes como roubo de cargas e de cheques, clonagem de cartões, adulteração de gasolina e estupro e assassinato de mulheres.

Os acusados Sérgio Brasil Rolim (réu confesso da morte de quatro mulheres), José Moreira Neto e Leandro Figueiredo (os dois primeiros apontados pela Polícia e pelo Ministério Público como chefes da organização criminosa) serão julgados pela morte da vendedora de plano de saúde Edilene Maria Pinto Esteves. Em março de 2002, ela foi assassinada depois de ter sido violentada. Os três acusados estão presos na Penitenciária Regional Industrial do Cariri, em Juazeiro do Norte.

Os crimes causaram indignação em todo o País, principalmente no Cariri, onde o grupo é acusado de ter assassinado pelo menos cinco mulheres. Instituições que atuam em defesa da mulher e dos direitos humanos pretendem realizar uma manifestação em frente ao fórum pressionando pela condenação dos culpados.

Para o julgamento confirmaram presença líderes e parlamentares de representatividade estadual e nacional. Entre eles estão o representante do Conselho Nacional de Direitos Humanos e membro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Percílio de Sousa, e o secretário-adjunto da Secretaria Especial de Direitos Humanos, da Presidência da República, Mário Mamede. Integrante da Frente de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher no Cariri, a deputada estadual Íris Tavares (PT) também estará em Barbalha para acompanhar o julgamento.

Os réus serão julgados como autores de homicídio qualificado pelos motivos fútil, crueldade e surpresa, cuja pena varia de 12 a 30 anos de reclusão. O julgamento será presidido pelo juiz Ademar da Silva Lima. O Ministério Público será representado pelo promotor Germano Guimarães Rodrigues. O advogado Paulo Quezado atuará como assistente de acusação. Já a defesa do réu Sérgio Rolim caberá ao advogado Aglésio Brito.