Força-tarefa da PGJ ainda não é oficial As denúncias de que a suposta existência de um grupo de extermínio dentro da Polícia Militar do Ceará estaria sendo apurada com lentidão trouxeram, à Fortaleza, a Comissão do CDDPH. Mesmo tendo afirmado que o caso seria investigado rapidamente, a Procuradora Geral de Justiça do Ceará, Iracema do Vale, até ontem, não tinha convocado oficialmente todos os oito promotores da vara do júri para participar das investigações. A informação foi divulgada pelo titular da 14ª Promotoria Criminal, Walter Pinto Filho.

Ele protocolou na PGJ requerimento de nº 10967/2005 para que seja criada uma comissão oficial, com publicação no Diário da Justiça, com o objetivo de apurar ou não o envolvimento de autoridades nas denúncias contra a PM. “Ontem (terça-feira), vi promotores da vara do júri dizerem que não haviam recebido nenhum comunicado, que não sabiam de nada. Mesmo com seus nomes veiculados pela imprensa como membros da força-tarefa”, afirma.

Em matéria publicada, no Diário do Nordeste, na última terça-feira, dia 31, a procuradora afirmou que iria “baixar uma portaria para que, num prazo máximo de 15 dias, o inquérito – que conta com 12 volumes e mais de três mil páginas – seja analisado pelos oito promotores naturais, que são das Varas Criminais. Espero que, até o final deste prazo, a primeira parte deste trabalho esteja concluída. É a nossa maneira de agilizar o andamento das investigações”. Até a tarde de ontem, a portaria ainda não havia sido baixada.

SUBSTITUIÇÃO -Durante a visita feita pela CDDPH à Procuradoria Geral de Justiça do Estado, a presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa, deputada estadual (PT) Íris Tavares, sugeriu à procuradora geral, Iracema do Vale, que seja apontado o nome de um novo promotor na equipe do Ministério Público que deve investigar o grupo de extermínio.

A substituição solicitada pela deputada se deve a decisão da PGJ de indicar Alfredo Ricardo Machado no lugar de Francisco Marques Lima, titular da 1ª Vara do Júri, que afirmou estar doente. Íris Tavares lembrou que Alfredo Ricardo Machado é irmão de Celso Machado, chefe de gabinete do governador Lúcio Alcântara.

“Não questiono a competência técnica do promotor, fiz a solicitação porque o assunto merece isenção máxima na apuração”, justificou.

A reportagem tentou contato com a procuradora geral de Justiça, Iracema do Vale, mas, segundo a assessoria de imprensa da PGJ, seu celular não atendia e ela não se encontrava em casa.