Grupo de extermínio – Empresário localizado em um hospital de luxo O empresário Augusto César Ferreira Matias, dono da empresa de segurança privada ‘Monitec’, e acusado de participar do suposto grupo de extermínio integrado por PMs e seguranças, foi localizado, na tarde de ontem, no ‘Hospital Monte Klinikum’. Uma denúncia anônima levou a equipe de agentes do Centro Integrado de Inteligência em Segurança Pública (CIISP), a descobrir onde Augusto estava. Desde a noite anterior, ele passou a ser considerado fugitivo, pois teve sua prisão decretada.

Augusto foi encontrado em um apartamento no segundo andar do hospital, na Rua República do Líbano, 747. Minutos depois, a delegada Marta Monteiro dos Reis, titular da Delegacia de Capturas e Polinter (Decap), foi informada da localização do fugitivo e seguiu ao hospital com uma cópia do mandado de prisão assinado pelo juiz de Direito Henrique Jorge Holanda Silveira, da 2ª Vara do Júri da Capital.

DEPRESSIVO – A delegada foi recebida pelo dono do hospital, Hipólito Monte. O médico informou que o paciente havia chegado ali no domingo à noite, em depressão. Augusto passou a ser assistido por um psiquiatra, que atestou um ‘episódio depressivo agudo’. A partir de então, foi ministrada a medicação. Quando os agentes do CIISP o encontraram, ele dormia, sob o efeito de sedativos.

A delegada Marta chegou ao hospital por volta de 14 horas e, segundo ela, acompanhando o acusado estavam a esposa e dois irmãos. Augusto estava acordado e teve condições de assinar o documento, tornando-se ciente do mandado de prisão expedido pelo juiz. Logo, dois policiais militares foram colocados na porta do apartamento. A escolta permanecerá até que ele receba alta.

TRANSFERIDO – O médico Hipólito Monte explicou que, somente o psiquiatra que acompanha o paciente, e que prescreveu a medicação antidepressiva, dirá quando Augusto poderá ser transferido. “Logo que receba alta, seremos informados. Ele será levado à ‘Capturas’ e, depois, como determinou o juiz, vai para o presídio”, ressaltou Marta. A ordem judicial é para que Augusto seja mantido no Instituto Presídio Professor Olavo Oliveira (IPPOO).

Um fato chamou a atenção das autoridades. A empresa de Augusto é a responsável pela segurança do hospital onde ele está internado. O próprio dono do hospital confirmou a informação. Nas portas de vidro da entrada, podem ser vistos vários adesivos com o nome da ‘Monitec’. Além de câmeras, também há seguranças da empresa fazendo a vigilância do hospital. Nenhum deles quis falar com os jornalistas.

GRAVAÇÕES – Augusto foi denunciado pelo Ministério Público Estadual como acusado de envolvimento com o suposto grupo de extermínio. A Polícia Federal gravou vários telefones em que o empresário conversa como major José Ernane de Castro Moura. Em um dos trechos, Augusto é convidado por Castro a ir ao quartel que era comandado pelo oficial (1ª Companhia do 5º BPM – Aldeota) para tratarem de ‘negócios’. Diante do convite, Augusto ironiza, afirmando que “nessa tua companhia só tem ladrão”.

As gravações revelaram uma estreita ligação entre os dois homens. Ambos seriam os responsáveis pela segurança particular da rede de farmácias ‘Pague Menos’, e, portanto, comandariam o esquema de execução de bandidos durante, ou logo após os assaltos.