Dirigente da ONU minimiza crise e diz que Brasil pode combater corrupção O subsecretário-geral da ONU e diretor-executivo do Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime (UNODC), Antônio Maria Costa, disse ontem que o Brasil tem casos de corrupção “mais graves” para resolver do que as denúncias sobre pagamento de mesada a parlamentares pelo PT.

“O Brasil tem muitos problemas mais graves, como corrupção no Judiciário, na polícia ou em níveis municipais e estaduais”, disse o italiano, que representa o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, no 4º Fórum Global de Combate à Corrupção, em Brasília.

Costa minimizou o caso, dizendo que “crises são muito saudáveis quando podem ser remediadas” e que o Brasil tem todas as condições de combater a corrupção porque “é um país moderno que fala de seus problemas”.

Ele brincou ao comentar a pertinência do fórum no Brasil no momento em que denúncias ameaçam a governabilidade, o que chamou de “boa sinergia”. “Por isso resolvi falar das alegações de corrupção [no discurso durante a abertura do fórum].”

A crise política se agravou profundamente desde a publicação, segunda-feira, da entrevista à Folha do presidente do PTB, Roberto Jefferson, que relatou que o PT pagava mesada a deputados em troca de apoio ao governo.

O subsecretário-geral elogiou o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na abertura do fórum, anteontem, e disse perceber, pela fala de Lula e pelas conversas que manteve com ministros, que a luta contra a corrupção parece ser uma questão importante para o governo brasileiro.