Grupo é denunciado em mais um crime O Ministério Público Estadual ofereceu ontem mais uma denúncia em relação ao suposto grupo de extermínio que agiria em Fortaleza prestando serviço à empresas privadas. Assinada pelos promotores Alcides Jorge Evangelista e José Wilson Furtado, esta é a quarta denúncia em menos de uma semana contra o grupo. Com o novo crime, sobe para 13 o número de pessoas já denunciadas. O novo nome que surge na lista é o do ex-gerente operacional da empresa Fort Segurança Ltda, Paulo Henrique Alves da Silva.
Além de Paulo Henrique, foram denunciados os soldados Francisco das Chagas Silva e Francisco Ronaldo Sales, os oficiais da PM, major José Ernane de Castro e capitão Cícero Henrique Beserra, os empresários Augusto César Matias, Francisco Deusmar Queirós e Pedro Raimundo Adrião, e os comerciários Jucely Alencar Barreto e Milton Soares Monteiro Júnior.
O crime que resultou na denúncia foi cometido no dia 29 de abril de 2002, no início da tarde, na avenida Sargento Hermínio, no bairro Presidente Kennedy, em frente à Farmácia Pague Menos. A vítima foi o garçom Antônio Mendes de Araújo, atingido por dois tiros, quando deixava o estabelecimento comercial após pagar uma conta de luz.
Segundo a denúncia do Ministério Público, o estabelecimento comercial havia sofrido tentativa de assalto por F.A.S.C. Os soldados Francisco das Chagas e Ronaldo Sales encontravam-se em um bar localizado nas proximidades, quando presenciaram a movimentação. Chagas então, armado com uma pistola, atirou no garçom a poucos metros de distância, pensando tratar-se do assaltante. Após o desfecho os dois deixaram o local em uma motocicleta.
Ainda naquele dia, F.A.S.C., de acordo com a denúncia, foi encontrado em sua residência e sofreu espancamentos, sendo também baleado na perna. A vítima acabou sendo internada no IJF, onde permaneceu durante 45 dias, resultando na amputação do membro inferior direito. Ele ainda foi acusado de ter sido o autor da morte do garçom.
Dos 13 denunciados em quatro crimes por participação no grupo de extermínio, sete tiveram a prisão preventiva decretada e seis encontram-se presos. Os presos são os policiais militares José Ernane de Castro, Cícero Henrique Beserra, Francisco Ronaldo Sales e Francisco das Chagas Silva, o empresário Augusto César Matias (hospitalizado) e o vigilante José Valcácio Moura Rodrigues. O ex-soldado da Policia Militar, José Alves Filho, está foragido.
O promotor José Wilson Furtado disse que apesar da denúncia contra os 10 acusados, o Ministério Público entendeu não ser necessário o pedido de prisão preventiva para os denunciados. Além disso, destacou, cinco deles já estão presos.
O POVO procurou Paulo Henrique Alves da Silva mas ele não mora no endereço que consta na denúncia. O nome dele também não consta na lista telefônica. O empresário Augusto César Matias está internado no Hospital Monte Klinikum desde domingo (5) apresentando ”episódio depressivo agudo” e não foi possível contato. Com relação aos comerciários Jucely Alencar e Milton Moreno, funcionários da Pague Menos, e o empresário Deusmar Queirós, proprietário do grupo, o diretor institucional da empresa, Geraldo Gadelha, tem afirmado à imprensa: ”Estamos tranqüilos. Não temos nenhum envolvimento no caso”.