Acusados de matar delegado ainda não foram julgados O delegado Jorge Ferreira Mendes foi morto com três tiros na madrugada do dia 4 de julho do ano passado, durante uma festa de vaquejada em Nova Jaguaribara

Um ano depois, os dois militares denunciados pelo Ministério Público, acusados de assassinar o delegado da Polícia Civil Jorge Ferreira Mendes, 48, continuam impunes. O processo está há quatro meses engavetado no fórum da comarca de Jaguaribe, município a 300 quilômetros de Fortaleza. Os acusados continuam na Polícia Militar.

A família do delegado Jorge Mendes exige justiça para os culpados. Pivô do crime, o tenente George Aubert dos Santos Freitas chegou a ser detido por 30 dias no Comando de Policiamento da Capital (CPC), em Fortaleza, mas como não foi mandado à júri, está trabalhando no quartel do 2º BPM (Juazeiro do Norte). O segundo denunciado é o soldado Antônio Vanderlon de Souza, que continua lotado no Comando de Policiamento do Interior (CPI).

O delegado Jorge Ferreira Mendes foi morto com três tiros na madrugada do dia 4 de julho do ano passado, durante uma festa de vaquejada na localidade de Mateus, em Nova Jaguaribara, distante 297 quilômetros de Fortaleza. Mendes trabalhava na Delegacia dos Crimes Contra a Fé Pública.

Em setembro do ano passado, foram indiciados no inquérito policial, instaurado pelo delegado Luís Carlos Dantas, os soldados Antônio Soares Cavalcante e Antônio Vanderlon de Souza e os cabos Genilson Marques Evangelista e Francisco Eraldo Lima Rodrigues.

No entanto, em 5 de novembro do ano passado, o promotor de Jaguaribe Ricardo Rabelo de Moraes, em seu parecer, diz não ter encontrado elementos suficientes nos autos que comprovem a participação do soldado Antônio Soares e dos cabos Eraldo Lima e Genilson Evangelista, mantendo a denúncia de homicídio somente contra o tenente George Aubert e contra o soldado Antônio Wanderlon de Sousa.

Conforme a denúncia, o delegado Jorge Mendes conversava numa mesa com amigos, dentro de um clube, no parque de Vaquejava, quando foi abordado pelo tenente George, que estava à frente de uma patrulha. Os dois já haviam se desentendidos anteriormente. No confronto, além do oficial, duas pessoas, o advogado José Eusivandro Silva e Gleidson Queiroz, que estavam com o delegado, foram baleados. Eles foram levados para o hospital de Jaguaribe e depois de medicados foram liberados.

Vingança teria sido a causa da morte do delegado Jorge Mendes. Cerca de 20 dias antes do crime, segundo consta no inquérito policial, Mendes se desentendeu com o tenente George Aubert pelo fato deste ter agredido alguns amigos dele na localidade de Mapuá, município de Jaguaribe. Por conta disso, o delegado fez uma representação contra o oficial na Delegacia Regional de Polícia de Jaguaribe, acusando-o da autoria de crime de lesão corporal. O tenente George, conforme ainda apurou a Polícia e o Ministério Público, teria prometido se vingar do delegado Mendes.

O POVO tentou ouvir o tenente George Aubert e o soldado Antônio Vanderson, mas no 2ª BPM informaram que os dois não estavam de serviço no dia de ontem.