Corrupção de menores – Polícia investiga denúncia de casos em Várzea Alegre O Conselho Tutelar da Criança e do Adolescente denunciou ao juiz da Comarca de Várzea Alegre, Antônio Francisco de Paiva, uma quadrilha que estaria praticando orgias com garotas de 12 a 15 anos, em motéis e residências da cidade. A denúncia foi encaminhada ao representante do Ministério Público, Anailton Mendes de Sá, que a entregou ao delegado municipal de Iguatu, com jurisdição em Várzea Alegre, Flávio Santos, para instauração do inquérito policial. Ontem, as quatro garotas foram levadas numa camioneta, acompanhadas dos pais, para a Delegacia de Iguatu, a fim de se submeterem a exames. Os resultados ainda não foram divulgados. Nos depoimentos, elas informaram que já teriam mantido relações sexuais. Mesmo assim, o delegado Flávio informou que pode ser caracterizado o estupro presumido, em menores de 14 anos.

Além de contarem detalhes das orgias praticadas, as garotas apresentaram uma relação de cerca de 15 pessoas, algumas delas, da alta sociedade de Várzea Alegre, com quem teriam mantido relações sexuais. Uma delas, contou que foi ameaçada de morte por um dos envolvidos na corrupção de menores. ‘‘Se você me denunciar, vai acabar com o meu casamento’’, teria dito um dos investigados. A lamentação, ainda segundo a menina, teria sido acompanhada de uma ameaça de morte.

AUDIÇÃO – O delegado Flávio Santos informou que, a partir de hoje, vai ouvir todas as pessoas citadas nos depoimentos. É possível que tenha mais gente envolvida, acredita. Na cidade de Várzea Alegre, as pessoas se recusam a falar sobre o assunto. O promotor Anailton Mendes adverte que por se tratar do envolvimento de adolescentes o inquérito é sigiloso. O representante do Ministério Público analisa também que é muito temerário citar nomes, uma vez que, até o momento, não tem nada comprovado.

O ponto de partida para a denúncia foi uma série de fotografias de menores de 18 anos, feitas por um fotógrafo de Várzea Alegre e distribuídas na cidade. O Conselho Tutelar tomou conhecimento das fotos e, na conversa com as meninas, descobriu os locais onde supostamente eram praticadas as orgias. O resto ficou por conta das vítimas que, mesmo amedrontadas com o desfecho dos acontecimentos, entregaram todos os envolvidos que agora, segundo o delegado, poderão ser processados por estupro e corrupção de menores. Além dos depoimentos, existe um pacote com fotos de várias garotas semi-nuas.

“A corrupção de menores, cuja pena vai de um a quatro anos de reclusão, significa fazer com que uma pessoa inicie a vida sexual de forma precoce e desvirtuada, que pode levá-la à prostituição. A tipificação é corromper menor, homem ou mulher, entre 14 e 18 anos, praticando com ele ato de libidinagem, ou induzindo-o a praticá-lo ou a presenciá-lo”. Ao fazer este comentário, Flávio Santos diz que, no caso da menor de 14 anos, o problema é mais grave, uma vez que se configura o estupro presumido.