Petista segue popular, aponta pesquisa As denúncias de corrupção envolvendo o governo e o agravamento da crise política não afetaram a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de acordo com a pesquisa Sensus divulgada ontem pela CNT (Confederação Nacional do Transporte).
Embora 40,3% dos 2.000 entrevistados considerem que a corrupção aumentou no governo Lula -9,1 pontos percentuais a mais do que em maio-, a avaliação pessoal do presidente oscilou positivamente, passando de 57,4% (maio) para 59,9% o total dos que aprovam sua administração -2,2 pontos percentuais a mais do que em relação à pesquisa anterior. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
Já a desaprovação em relação ao desempenho pessoal do presidente caiu de 32,7% para 30,2% -a variação permanece dentro da margem de erro da pesquisa, realizada entre os dias 5 e 7.
Segundo a maioria dos entrevistados, o escândalo da corrupção está mais vinculado à Câmara dos Deputados e ao próprio PT. “Até agora, a blindagem que fizeram em cima do presidente Lula e a melhoria da economia nos últimos seis meses funcionaram perfeitamente”, disse Clésio Andrade, presidente da CNT e vice-governador de Minas pelo PL. Para 35,4% dos entrevistados, o escândalo está ligado à Câmara; para 31,2%, ao PT; e para 12%, ao presidente Lula. Segundo 45,7% das pessoas ouvidas, o presidente não tinha conhecimento prévio das denúncias sobre o suposto pagamento de “mensalão” na Câmara e de corrupção nas estatais. Para outros 33,6%, Lula sabia das denúncias feitas pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ).
A maioria dos entrevistados (76%) tem acompanhado ou tomou conhecimento das denúncias apresentadas pelo presidente licenciado do PTB -67,1% consideram que Jefferson fala a verdade e outros 18,1% não crêem nas afirmações do parlamentar.
Os entrevistados (47,8%) classificaram como positivas as atitudes tomadas pelo presidente no combate à corrupção. Para 31,9%, o presidente age de forma errada.
Os dados da pesquisa CNT/Sensus revelam que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria um segundo mandato se as eleições fossem realizadas hoje. Na pesquisa espontânea (quando os entrevistados dizem em quem pretendem votar sem um cartão com nomes), Lula aparece com 21,1%, seguido pelo prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), que tem 4,5%, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), com 1,9% e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, também do PSDB, que tem 1,8%, aponta a pesquisa.
Nos cenários estimulados (quando os entrevistados vêem os nomes dos candidatos), o presidente Lula somente disputaria o segundo turno na eventual candidatura do prefeito Serra. Nesse caso, no primeiro turno, Lula teria 37,1% dos votos, contra 19,1% de Serra, 9,8% de Anthony Garotinho (PMDB), 6,6% de César Maia (PFL), 3,1% da senadora Heloisa Helena (PSOL) e 0,8% do sociólogo Roberto Mangabeira Unger.
Sem o nome do seu adversário no segundo turno da última eleição, o presidente venceria no primeiro turno. Os pesquisadores ofereceram ainda uma lista de seis nomes para a disputa de um eventual segundo turno -em todas, o presidente Lula venceria a disputa com uma ampla margem -a menor diferença seria se o seu adversário fosse Serra (46,3% contra 32,7%). A maior diferença seria na disputa com César Maia (54,5% contra 16,8%). “Os resultados demonstram que, se as eleições fossem disputadas hoje, o presidente Lula seria imbatível e sem adversário à altura”, disse Clésio Andrade.
Realizada em 24 Estados e 195 municípios, a pesquisa foi feita em áreas urbana e rural e os entrevistados foram divididos por sexo, renda, idade e escolaridade.