Procurador começa a analisar documentos do “caso Adalberto” O Ministério Público Federal (MPF) parte para uma nova etapa das investigações que pode elucidar a origem e o destino do dinheiro R$ 200 mil e dos US$ 100 mil que foram encontrados com o ex-petista Adalberto Vieira. O procurador responsável pelo caso, Márcio Torres, dedica-se agora a analisar o contrato de R$ 300 milhões entre o Banco do Nordeste (BNB) e o consórcio Sistema de Transmissão do Nordeste (STN).

A principal linha de investigação do MPF investiga se houve esquema de propina para o então chefe de gabinete do BNB, Kennedy Moura, pela liberação do milionário empréstimo, e que teria resultado no dinheiro encontrado com Adalberto. Na última quinta-feira, 28, o MPF ouviu o presidente do BNB, Roberto Smith, o atual chefe de gabinete da Presidência, Robério Gress, e o superintendente na área de projetos de grande porte, Cláudio Frota.

O BNB e o consórcio STN contestam a linha de investigação do Ministério Público Federal e defendem a lisura do contrato.

Já o depoimento do deputado estadual José Guimarães (PT), previsto para ontem, não aconteceu. A Procuradoria Geral da República (PGR) informou que o ofício, enviado no dia 27, não foi protocolado na Assembléia Legislativa, por conta do recesso parlamentar. Na próxima semana, com a retomada dos trabalhos, a convocação do petista será reenviada.

Também está sendo analisada outra importante peça no quebra-cabeça: o extrato da conta do telefone celular de Adalberto Vieira. Requerido pelo Ministério Público, o documento pode revelar detalhes até agora obscuros sobre as ligações telefônicas que Adalberto fez para Kennedy, durante sua repentina ida a São Paulo.

Até agora, a única informação sobre o contato entre os dois restringe-se à conta do Quality Hotel em São Paulo – onde Adalberto esteve hospedado por 18 horas, no dia 7 de julho -, no qual há o registro de uma ligação de Adalberto para Kennedy.

O MPF também requereu informações telefônicas de Kennedy Moura – da linha funcional, da época em que ele trabalhava no BNB – e de sua conta atual. Até ontem, o extrato ainda não tinha chegado ao Ministério Público.