Investigação já está fora do Estado O trabalho de investigação a respeito da quadrilha que arrombou a casa-forte do Banco Central (BC), em Fortaleza, e levou R$ 156 milhões – tudo em cédulas de R$ 50,00 já usadas – estão fora do Ceará. A Polícia Federal (PF) coordena equipes que realizam diversas diligências no Rio Grande do Norte, Piauí, Paraíba, em outros Estados da região sudeste, com o objetivo de identificar e prender os responsáveis pela maior ação contra bancos já registrada em todo o território nacional, e a segunda maior do Mundo.

Ontem, os peritos criminais da PF conseguiram colher, na casa, impressões digitais em um armário e no interfone que o bando usava para se comunicar com os autores da escavação do túnel, onde havia até sistema de refrigeração. Isso, apesar de a quadrilha ter jogado um pó branco dentro do imóvel, para atrapalhar a investigação da PF. O delegado Antônio Celso, chefe da Divisão de Crime Contra o Patrimônio e três agentes, chegaram ao Ceará, vindos de Brasília, para auxiliar no trabalho investigativo.

SUSPEITO – Um homem identificado como Moisés Teixeira da Silva, o ‘Cabelo’, está sendo apontado como um dos principais suspeitos de participação no arrombamento da casa-forte do BC. Ele é um dos líderes de um grupo especializado em assaltos com a escavação de túneis, conhecido como ‘quadrilha do tatuzão’. Em maio do ano passado, o bando fez um túnel de uma casa vizinha à sede da Transportadora de Valores Rodoban, conseguindo roubar R$ 8 milhões, depois de renderem 40 funcionários.

Já em outubro de 2004, utilizando-se do mesmo ‘modus-operandi’, um bando composto por 15 homens cavou um túnel com mais de 100 metros de extensão e conseguiu entrar na sede da Transbank. Eles invadiram a tesouraria, mantiveram 75 pessoas sob a mira de armas e levaram R$ 5 milhões que estavam no cofre-forte.

A exemplo do que aconteceu anteontem, em Fortaleza, os policiais que realizaram uma perícia no local, encontraram diversos objetos que foram deixados pelos assaltantes. Na casa usada pelo bando para iniciar a escavação do túnel e dentro dele, os policiais apreenderam algumas ferramentas, e até mesmo o macaco-hidráulico utilizado para romper a parte do piso da casa-forte, feita de malha de ferro e concreto.