Delegado e mais quatro são indiciados Mais dois policiais, um civil e outro militar foram indiciados no inquérito que apurou crimes contra comerciantes do bairro Bom Jardim. Os dois, irão se juntar ao delegado Roberto de Castro, ao advogado José Monteiro Primo da Paz e ao inspetor Fred Damasceno

Flávio Pinto da Redação

O delegado Roberto de Castro, o advogado José Monteiro Primo da Paz, dois inspetores da Polícia Civil e um policial militar, que trabalhavam no 32º Distrito Policial (Bom Jardim), foram indiciados em inquérito policial concluído na noite de ontem, pelo delegado Evandro Alves de Sousa. Os cinco são acusados de crimes de extorsão, cárcere privado e tortura contra comerciantes do Bom Jardim. Ainda na noite de ontem, o inquérito deu entrada no setor de distribuição do Fórum Clóvis Beviláqua. Os promotores anunciaram que a denúncia deverá ser oferecida até a próxima segunda-feira (14).

O inquérito policial foi concluído no início da noite, quando o delegado Evandro Alves acompanhado dos promotores designados pelo Ministério Público para acompanhar os interrogatórios das testemunhas de acusação e defesa, ouviram os três últimos depoimentos. Um policial militar e dois empresários também confirmaram as denúncias já feitas anteriormente por comerciantes do Bom Jardim contra os policiais e o advogado José Monteiro.

Pelo menos um dos interrogatórios foi considerado peça chave para o indiciamento dos acusados. O comerciante Donizete Ximenes confirmou ter trocado um cheque de R$ 8 mil para pagar parte do R$ 12 mil exigidos pelo delegado Roberto de Castro a Valter Portela. Este último foi o responsável pelo estopim das denúncias contra o grupo de policiais do 32º DP.

Agora, a promotora Socorro Brito, da 10ª Vara Criminal, espera que o inquérito policial chegue às suas mãos, para juntamente com os colegas Pedro Olímpio, Rinaldo Janja, Pedro Cassimiro e Nádia Costa Maia possam oferecer a denúncia contra os acusados. ”Até segunda-feira já estaremos enviando a denúncia ao juiz Carlos Henrique Garcia Oliveira. O crime de extorsão está configurado. Resta estudar se houve também o cárcere privado e a tortura”, afirmou a promotora.

Dos cinco acusados, três tiveram a prisão preventiva decretada pelo juiz Carlos Henrique Garcia Oliveira e continuam presos. O delegado Roberto de Castro está recolhido ao xadrez do Departamento de Inteligência Policial (DIP). O advogado José Monteiro Primo da Paz está preso no quartel do Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque) e o inspetor da Polícia Civil, Fred Damasceno Maia, está na Delegacia de Capturas.

Durante os interrogatórios, o Ministério Público e o delegado Evandro Alves identificaram mais dois policiais envolvidos no esquema montado por Roberto de Castro para extorquir comerciantes do Bom Jardim. São eles: o inspetor Luís Alves e um soldado identificado por Ferreira. Os dois também foram indiciados no inquérito policial.