Lula diz que só disputará reeleição “se for para ganhar” Na semana em que as pesquisas eleitoras mostraram pela primeira vez que o presidente Luiz Inácio ficaria atrás do tucano José Serra no primeiro turno, Lula afirmou em discurso que a oposição ao seu governo “já vem gritando há algum tempo”. Mas assegurou que o fôlego dela “vai terminando quando se aproximarem as eleições”.

Na cerimônia de lançamento da pedra fundamental da refinaria Abreu e Lima, em Ipojuca, a 45 quilômetros de Recife, o presidente reconheceu que o Brasil já vive um clima pré-eleitoral. Porém, afirmou que não vai antecipar a decisão de disputar ou não a reeleição. “Não irei me precipitar. Não sou candidato antes do tempo de definição. Não farei o jogo rasteiro dos meus adversários, não jogarei pequeno e nem baixarei o nível”, declarou na cerimônia em que estava acompanhado do presidente da Venezuela, Hugo Chávez.

Descontraído, Lula afirmou que no dia em que decidir se disputará a reeleição, será “para ganhar outra vez”. Ele prosseguiu seu discurso afirmando que, se optar por não disputar um segundo mandato, vai escolher “um companheiro para ganhar a eleição”.

Lula voltou a falar sobre a crise política que atinge o governo e o País. Ele reclamou do comportamento da imprensa. Para o presidente, a mídia brasileira age como a venezuelana. “Não há preocupação de saber se é verdade ou mentira a denúncia. Primeiro, se publica. Não há nenhuma responsabilidade de apurar”, criticou. Ele observou que denúncias sem provas “matam a alma da pessoa atacada”. Depois, acrescentou, não se tem a grandeza de pedir desculpas quando se percebe que as denúncias estavam erradas.

Citando o que classificou de denuncismo, Lula disse que nos últimos 10 anos aprendeu a ser mais tolerante e mais paciente. “No meu coração não existe mais espaço para mágoa e rancor, mas sim, compreensão”, comentou. Dizendo-se seguro de que todos passarão pelo dia do juízo final, destacou: “Haverá o dia em que a verdade irá prevalecer”. Em seguida, voltou a falar nas injustiças que foram feitas contra os ex-presidentes Juscelino Kubitschek e Getúlio Vargas.

Agência Estado