Padre assassinado em 2003 era portador de HIV
A polícia divulgou nesta quinta-feira que o padre Djair Gomes, em 2003, era portador do vírus HIV. A polícia informou ainda que ele fazia o tratamento com o coquetel de remédio para portadores do vírus no Hospital São José, na capital cearense.
Na tarde desta quinta-feira (19) a justiça vai definir a data para o exame de DNA dos três envolvidos na morte do padre. Segundo a polícia, todos mantinham relações sexuais com a vítima e os exames servirão como provas para o julgamento dos acusados.
Djair Gomes, padre da igreja de Santo Afonso, no bairro da Parquelândia, em Fortaleza, foi encontrado agonizando na garagem da casa paroquial na manhã de 2 de outubro de 2003. Ele chegou a ser socorrido, mas morreu durante a noite na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Instituto Doutor José Frota (IJF).
No início das investigações a polícia suspeitava de morte por acidente nas escadas, mas após ouvir mais de 30 pessoas, foi concluiudo que Djair Gomes foi assassinado.
Entenda o caso
2003
Dia 2/10 – O padre Djair Cavalcante é encontrado, pela manhã, agonizando na garagem da casa paroquial da Igreja de Santo Afonso, na Parquelândia, e à noite, por volta das 22 horas, morre no Instituto Doutor José Frota (IJF).
Dia 3/10 – A Polícia divulga que o padre teria sido vítima de uma queda, mas a versão é questionada por médicos do IJF que constataram traumatismo craniencefálico com característica de espancamento
Dia 5/10 – O Instituto Médico Legal divulga oficialmente o laudo do exame feito no corpo do padre, porém as circunstâncias da morte permanecem desconhecidas e a Polícia dá o prazo de 30 dias para concluir o inquérito.
Dia 6/10 – A família do padre Djair acredita que ele realmente foi vítima de um homicídio. Foi o que declarou o advogado da família, Assis Cavalcante, que também era primo do sacerdote.
Dia 8/10 – Faltou espaço na Igreja de Santo Afonso, onde foi celebrada missa em sufrágio da alma do padre. Denominada de ”Celebração da Esperança”, a missa foi celebrada pelo arcebispo José Antônio Aparecido Tosi.
Dia 13/10 – Familiares do padre, entidades de direitos humanos e parlamentares conseguem que a Procuradoria Geral de Justiça designasse um promotor para acompanhar as investigações na Delegacia do 3º DP.
Dia 14/10 – O promotor de Justiça Xavier Barbosa Filho foi designado pela procuradora Socorro França para acompanhar as investigações sobre a morte do padre Djair na Delegacia do 3ºDP.
Dia 11/ – O delegado Francisco Braguinha remete o inquérito para a Justiça e pede mais 30 dias de prazo para concluí-lo. Os autos são distribuídos para a 3ª Vara do Júri e entregue ao promotor Humberto Ibiapina Maia.
2004
Dia 6/4 – O delegado Braguinha pede ao então superintendente da Polícia Civil, José Napoleão Timbó, para sair das investigações sobre a morte do padre Djair. Segundo Braguinha, a recusa do Ministério Público ao inquérito por ele concluído, por duas vezes, o deixou desgastado.
Dia 10/4 – O inquérito é avocado para a assessoria técnica da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) e entregue ao delegado Evandro Alves de Souza.
Dia 25/11 – O delegado Evandro Alves de Souza, depois de ouvir mais de 30 pessoas chegou à conclusão de que o padre Djair foi vítima de homicídio e não de queda. Ele mandou o inquérito para a Justiça, mas pretende fazer outras investigações.
2006
Dia 19/01 – Polícia divulga que Djair Gomes era portador do vírus HIV e fazia tratamento no Hospital São José. É marcada a data para os exames de DNA dos três acusados de envolvimento no crime. Todos mantinham relações sexuais com Djair Gomes.