Adolescente agredido em rebelião no Dom Bosco

A rivalidade entre as gangues do Lagamar e do Pirambu foi o móvel de uma rebelião ocorrida às oito horas de ontem, no Centro Educacional Dom Bosco (CEDB), no bairro Passaré. Equipes do Batalhão de Polícia de Choque (Bpchoque) foram acionadas. A rebelião foi controlada cerca de quatro horas de meia depois. O capitão Alexandre Avelar foi o mediador das negociações com os rebelados.

Porque os infratores queimaram grande parte dos colchões, os orientadores de plantão do CEDB, solicitaram, através do Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops), guarnições do Corpo de Bombeiros no local. Houve, também, a necessidade da presença de uma equipe de resgate (paramédicos) da mesma Corporação, pois, um dos internos estava sangrando pelo ouvido.

Agredido com um golpe de barra de ferro na cabeça, ele foi conduzido para o Frotão, enquanto dois orientadores foram feitos reféns e outros dois sitiados por mais de três horas. A rebelião foi controlada após a chegada da promotora de Justiça Maria de Fátima Valente.

VISITA – Como ocorre em todas unidades prisionais do Estado, domingo é dia de visita. Ontem, às oito horas, começaram a chegar as primeiras visitantes. Ana Alves Barbosa e Maria de Lourdes do Nascimento, haviam entrado e, na sala de espera, esperavam para reencontrar seus filhos, quando receberam ordens para voltar ao portão e ficar do lado de fora.

Daí em diante, foram ouvidos alguns gritos e pancadas. Dos 110 internos, 31, sendo 20 de uma cela e 11de outra, resolveram se rebelar, embora, na verdade, nada tivessem para reclamar. As alas destruídas foram as de números um e cinco. Eles queimaram vários colchões e danificaram duas alas. Além disso, os orientadores Cristiano e Ivanildo foram feitos reféns, enquanto Paulo Roberto e Marcos, mantidos isolados. Conforme informações da PM, eles não foram espancados.

Durante quatro horas, várias equipes da PM, sob o comando dos majores Jussiê Ribeiro, coordenador do Policiamento da Capital e Praciano, comandante da Companhia de Guarda dos Presídios, permaneceram naquela instituição.

O DESEJO – Indagada sobre as reivindicações dos 31 rebelados, a promotora Fátima Valente, disse: “Em termos de reivindicações, eles nada tinham para reclamar. Na verdade, queriam que dois infratores da gangue do Lagamar passassem para a ala onde estavam alguns integrantes da gangue Pirambu, para que fossem sacrificados (mortos)”.

Como os orientadores não concordaram com o pedido feito pelos jovens, eles se rebelaram queimaram colchões, quebraram as grades de duas das alas onde se encontravam. “Graças a Deus, foi tudo contornado. Os responsáveis diretos pela rebelião serão levados para a Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA) e submetidos a um procedimento especial”, concluiu a representante do Ministério Público.