Carcereiro festeja réveillon com presos, que fogem Inesquecível o réveillon ocorrido na Delegacia de Polícia de São Desidério, a 900 quilômetros da capital baiana. O carcereiro Fernando Antonio de Oliveira Júnior resolveu comemorar a virada do ano com os presos, abrindo a cela e servindo cerveja. Acabou embriagado e dominado pelos delinqüentes, que fugiram depois de trancafiarem o gentil funcionário público. O caso virou chacota na cidade e Oliveira Júnior, depois de libertado pelos colegas, voltou para a cela. Pacata, a cidade de São Desidério apresenta poucas atrações nas datas festivas do ano. Enfadado com o plantão na delegacia na virada do ano, Oliveira Júnior decidiu comprar algumas latas de cerveja e, na falta de outra opção, convidar os presos Paulo Caetano Santos e José Ribeiro Júnior, acusados de estupro e aliciamento de menores, para tomar uns tragos com ele. Para tanto, não viu qualquer inconveniente em abrir a cela onde os dois aguardavam julgamento. O carcereiro também chamou para a festa outros três detentos de outra cela, mas eles preferiram permanecer no local, dormindo. Não satisfeito em oferecer cerveja aos seus “convivas”, Oliveira Júnior, possivelmente já embriagado, pegou uma escopeta no armário de armas e entregou ao preso Santos, lhe “delegando” a função de tomar conta dos colegas. Diante de tanta facilidade, os dois convidados do carcereiro o dominaram com facilidade e o prenderam na cela, fugindo em seguida. Nem se preocuparam em levar o celular do carcereiro festeiro que, trinta minutos após sua “prisão”, conseguiu localizar um policial amigo e pediu ajuda. Ao abrir a cela, o amigo não conteve o riso ao saber de detalhes da “festa de réveillon” na delegacia. Na manhã do dia seguinte, o delegado Francisco Carlos de Sá tomou conhecimento do ocorrido, mas não achou graça: prendeu Oliveira Júnior e o indiciou em inquérito policial por facilitar a fuga de dois detentos. Como não é agente policial (e sim um servidor municipal, emprestado pela Prefeitura de São Desidério para trabalhar na delegacia), o carcereiro não será levado para a Corregedoria de Polícia em Salvador. Ele permanecerá na cela dos seus amigos de festa até a data do julgamento.