Quatro detentos e dois agentes feridos

Quatro presos e dois agentes penitenciários ficaram feridos em conseqüência de uma rebelião que, no começo da noite de ontem, eclodiu no novo Instituto Presídio Professor Olavo Oliveira (IPPOO-II), Município de Itaitinga, na Região Metropolitana.

Durante cinco horas, os 500 presos ali recolhidos mantiveram os dois agentes como reféns, destruíram celas, queimaram colchões e fizeram várias exigências. Contudo, a tropa do Batalhão de Choque e do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) conseguiram dominar o presídio. O motim teve início por volta de 18 horas, logo depois que os agentes descobriram as escavações de um túnel com quase 15 metros de extensão, que partia de uma cela da Vivência (ala) 8.

ARMAS – Os agentes identificados como Joacir Borges e Augusto César tiveram armas de fogo apontadas para suas cabeças. Segundo a Polícia, pelo menos um revólver calibre 38 e uma pistola 6,35 milímetros estavam em poder dos amotinados.

Quando a rebelião começou houve um bleca

ute. Com o presídio totalmente às escuras, os amotinados dominaram a situação, quebrando as grades e trancas das celas, queimando colchões e provocando um corre-corre pelas galerias. Uma a uma, as dez vivências do presídio (cada uma com nove celas coletivas) foram sendo ‘liberadas’ pelos detentos que lideravam a revolta. Em pouco tempo, todos os 500 presidiários estavam fora dos xadrezes. Quando os primeiros reforços policiais chegaram ali, a situação era de completa desordem.

INVASÃO – Sem apresentar reivindicações concretas, os rebelados ameaçaram matar os dois agentes penitenciários. Uma das primeiras autoridades a chegar ao presídio foi o delegado Luiz Carlos Dantas, diretor do Departamento de Inteligência da Polícia Civil. Em seguida, chegaram a tropa do Bpchoque, duas unidades do Gate e ainda o reforço da Cavalaria e do Canil da PM. A tropa de Choque foi autorizada a ‘invadir’ a cadeia. Com bombas de gás e tiros de carabina, a Polícia foi dominando cada uma das Vivências. “Eles iam recuando e a tropa avançando, até que, ao chegar na última Vivência, foram dominados e lá que aconteceu o principal entrevero”, contou o comandante da PM, coronel Deladier Feitosa Mariz.

O detento que comandava a rebelião, identificado como Manoel de Jesus, o ‘Manoel da Morada Nova’, foi baleado por manter uma arma na cabeça de um dos reféns. Manoel Belmino e um preso de nome Cícero também foram rendidos.

O superintendente da Polícia Civil, Nival Freire; e o diretor técnico-científico da Secretaria da Segurança Pública, Francisco Simão, acompanharam as negociações e a ‘invasão’ da PM ao presídio. Os presos feridos a tiros foram levados para o IJF-Centro.