Bebê jogado em lagoa pode ter sido vítima de despacho A possibilidade de o bebê ter sido jogado na lagoa como ritual é mais uma linha de investigação. A garota foi registrada como Letícia. Outro bebê foi deixado numa rua da capital mineira. O corpo de uma terceira criança foi encontrado em Canoas (RS)

[02 Fevereiro 01h45min 2006]

A Polícia Civil de Minas Gerais apura a hipótese de a promotora de vendas Simone Cassiano da Silva, de 27 anos, ter jogado a filha de dois meses na lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte, como parte de um despacho iniciado em um terreiro de umbanda. Esta é mais uma linha de investigação.

Em depoimento ao delegado Hélcio Bernardes, do 16º Distrito Policial, o cabo reformado José Resende Filho, de 55 anos, ex-namorado da promotora de vendas, disse que Simone freqüentava a religião afro-brasileira desde os 15 anos.

Por determinação da Justiça, o registro provisório da criança foi feito terça-feira. O bebê se chamará Letícia Maria Cassiano, mas o nome poderá ser mudado por quem tiver sua guarda definitiva. O juiz Nélson Missias de Morais, do 1º Tribunal do Júri de Belo Horizonte, negou ontem pedido de relaxamento de prisão para Simone. Também rejeitou a liberdade provisória, por considerar o crime hediondo.

Outra recém-nascida foi encontrada em uma calçada na rua das Gaivotas, no bairro Vila Clóris, na capital mineira, na madrugada de ontem. Ela foi socorrida pela Polícia Militar e passa bem. A identidade da mãe é desconhecida.

Com apenas três dias de vida, um terceiro bebê foi salvo pelo choro, sendo encontrado debaixo de um carro, no Centro de São Luís (MA), onde havia sido abandonado pela mãe, uma adolescente de 17 anos que já tem outros dois filhos. O bebê é do sexo feminino. A descoberta sob o carro foi no início da tarde do dia 24. Se não fosse o choro, a menina poderia ter sido atropelada.

À Polícia, a adolescente afirmou que não podia ficar com o bebê porque o pai dele, com quem vive, é muito agressivo e a ameaçava. Ela disse que o companheiro, o pedreiro Carlos Henrique Ribeiro dos Santos, 27, que é o pai de seus outros dois filhos e que cuida do mais novo, nem sabia da sua nova gravidez. A adolescente contou que deixou a casa dele em abril do ano passado e que só depois disso descobriu que esperava outro filho.

O corpo de um recém-nascido foi encontrado terça-feira à noite, dentro de um saco plástico, num riacho em Canoas, Região Metropolitana de Porto Alegre. A mãe, Regina Elaine Pereira, 31 anos, que está presa, confessou que foi ela quem jogou a criança na água.

A atitude de Regina, no entanto, não foi surpresa para seu irmão, Evaldo Pereira, que afirmou que ela e o marido, Paulo Ricardo Pires, de 41 anos, já haviam feito o mesmo há cinco anos: ”Ele e ela fizeram com a outra (criança)”, denunciou. (das agências de notícias)