“Não tem lógica”, diz prefeito de Banabuiú A ação antinepotismo que o Ministério Público do Estado (MP) pretende promover em prefeituras e câmaras municipais ganhou o apoio do presidente da Associação dos Prefeitos do Ceará (Aprece), Fradique Aciolly (PSDB), mas é criticada por alguns dos prefeitos que mantêm parentes em cargos comissionados da administração. O prefeito de Banabuiú, Antônio Sales Magalhães (PSDB), já pensa em entrar na Justiça.

Prefeito de Guaiúba, Fradique Aciolly defendeu o combate ao nepotismo nos órgãos públicos. “Como membro do Ministério Público, eu não teria razões para ser contra a ação dos colegas. Isso mostra o amadurecimento do Ministério (Público) e a importância do acompanhamento que a imprensa vem fazendo destes casos”, disse o prefeito, que se licenciou do cargo de promotor para assumir seu mandato. Ele afirmou ainda que a Aprece está “disponível” para ajudar o MP na força-tarefa.

Já Antônio Sales Magalhães não tem a mesma opinião. O prefeito de Banabuiú entregou as secretarias de Administração e Finanças para uma filha. Outros filhos comandam as pastas de Planejamento, Saúde e Ação Social. O chefe de gabinete do prefeito é um primo e um outro primo é secretário da Agricultura. Uma prima coordena o Programa de Saúde Bucal e a nora do gestor dirige a biblioteca municipal.

“Vamos questionar esta ação. Não tem lógica. A pessoa gosta de trabalhar com os parentes. Isso não fere o princípio (constitucional) da impessoalidade. O importante é a pessoa estar trabalhando, produzindo. Vou combinar com o setor jurídico para ver o que é possível ser feito”, disse Magalhães. (Clovis Holanda)