Dnocs descarta contaminação na água Alta incidência de algas cianofíceas e a baixa alcalinidade da água são os dois fatores apontados pelo laudo técnico elaborado pelo Centro de Pesquisas em Aqüicultura do Departamento Nacional de Obras Contra às Secas (Dnocs) para o problema da morte de cerca de nove toneladas de peixes, ocorridas no último dia 13, na Lagoa de Porangabuçu. De acordo com o Diretor Geral do Dnocs, Eudoro Santana, as pessoas não precisam ficar apavoradas pois o que ocorreu em Porangabuçu não é uma contaminação, mas um fenômeno normal, em razão da falta de manutenção adequada que o local vinha recebendo nas gestões anteriores.
Eudoro explica que como a lagoa estava praticamente coberta pelo mato, após a retirada dos aguapés feita pela prefeitura no ano passado, as algas passaram a receber uma maior quantidade de raios solares, o que contribuiu para a sua proliferação em grande velocidade. Com isso, segundo o diretor do Dnocs, a grande presença das algas acaba consumindo o oxigênio da água, o que pode ter provocado a morte dos peixes.
Além disso, de acordo com o engenheiro agrônomo Pedro Eymard Campos Mesquita, chefe do Centro de Pesquisas em Aqüicultura do Dnocs, em comunicado da Prefeitura, a grande presença de algas cianofíceas contribui para a elevação do Ph da água no período diurno e, nestas condições, a decomposição do material orgânico presente na água, como restos de plantas e esgotos clandestinos, promove a transformação de amônia iônica em amônia livre, que é tóxica para os peixes.
De acordo com Eudoro Santana, o problema será resolvido com a elevação do nível da água. “Com a próxima chuva grande, as algas vão sair e tudo vai voltar a normalidade”. Além do laudo do Dnocs, a prefeitura aguarda ainda os laudos técnicos da Instituto de Ciências do Mar (Labomar) da Universidade Federal do Ceará (UFC) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Na tarde da última terça-feira, o promotor de Justiça do Meio Ambiente e Planejamento Urbano, Raimundo Batista de Oliveira, já havia instalado um procedimento administrativo para saber a causa da morte dos peixes na lagoa e punir os responsáveis criminalmente. O procedimento ainda está na fase de colheita de informações sobre o caso.