Uma trama criminosa, que tinha como objetivo o assassinato de um promotor de Justiça da Comarca de Crateús (a 354 quilômetros de Fortaleza), foi descoberta em meios às investigações sigilosas feitas pela Polícia Federal em torno da organização criminosa d Uma trama criminosa, que tinha como objetivo o assassinato de um promotor de Justiça da Comarca de Crateús (a 354 quilômetros de Fortaleza), foi descoberta em meios às investigações sigilosas feitas pela Polícia Federal em torno da organização criminosa de ‘cartãozeiros’ desarticulada durante a ‘Operação Doublê’.

O nome do promotor que estaria na mira dos clonadores de cartões bancários e de compras é mantido em sigilo pelas autoridades. Sabe-se, porém, que ele fez parte da força-tarefa montada pelo Ministério Público Estadual que, há quase quatro anos, investiga as ações da quadrilha.

BUDA – No relatório das investigações, que agora estão sob a responsabilidade da Justiça Federal, o nome do ‘cartãozeiro’ Têmio Rogério Machado Fernandes, o ‘Buda’, surge como a personagem que estaria por trás da trama para eliminar o promotor. No documento em que determinou a prisão de temporária de vários bandidos, ao mesmo tempo em que expediu dezenas de mandados de busca e apreensão, o

juiz federal Danilo Fontenelle Sampaio, titular da 11ª Vara, explica que ‘Buda’ “é elemento perigoso, que começou suas atividades criminosas juntamente com Luís Mário (Alves Bezerra), mas, se destacou montando sua própria organização criminosa. Trata-se de figura conhecida dos órgãos da segurança pública.”

INIMIGO – Baseado em um dos muitos diálogos entre os ‘cartãozeiros’, gravados pela PF com a autorização da Justiça Federal para a quebra do sigilo telefônico dos implicados, o juiz ressalta que ‘Buda’, à exemplo de Luís Mário, é “inimigo declarado do coronel Deladier (Feitosa Mariz), comandante da Polícia Militar.”

Em um dos trechos das conversas, Luís Mário, ‘Buda’ e outros bandidos falam uma abordagem que sofreram da PM em Crateús, e aproveitam para xingar o comandante.

Num dos trechos do relatório, o juiz federal assim se manifesta em relação aos ‘cartãozeiros’: “O caso relatado nos revela o grau de sofisticação e de ousadia alcançado poela organização. Apesar da atuação contínua e sem trégua dos órgãos de segurança, os grupos e pessoas que atuam nesse segmento parecem não se incomodar nem se sentirem tolhidos na sua atividade criminosa.”

ESCONDERIJO – A PF continua em diligências para prender outros membros do bando. Das 28 ordens de prisão contra membros da quadrilha, 25 foram cumpridas. os acusados permanecem na sede da PF.

A Polícia também fez buscas em locais tidos como esconderijos do grupo. Um deles, uma casa em um condomônio de luxo no bairro Lagoa Redonda, Messejana, onde estaria morando Renoir Solano Lima, um dos acusados presos durante a ‘Operação Doublê’.