Representantes de entidades ligadas a área segurança pública no Ceará alertaram, na manhã de ontem, para o risco de uma invasão em massa nas delegacias e o início de rebeliões nos presídios. A informação foi repassada à imprensa, em entrevista coletiva na Representantes de entidades ligadas a área segurança pública no Ceará alertaram, na manhã de ontem, para o risco de uma invasão em massa nas delegacias e o início de rebeliões nos presídios. A informação foi repassada à imprensa, em entrevista coletiva na sede da Associação Cearense do Ministério Público, pelo Sindicato dos Delegados da Polícia Civil do Estado do Ceará, Associação Cearense do Ministério Público, Sindicato dos Agentes Penitenciários e Associação dos Defensores Públicos.

A entrevista coletiva foi convocada pelo presidente da associação, Francisco Gomes Câmara, e foi motivada depois que um documento chegou até o Sindicato dos Agentes Penitenciários, na última segunda-feira, informando sobre uma possível ordem recebida por um integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC) no Instituto Professor Paulo Sarasate (IPPS), através de uma ligação telefônica.

A ligação teria partido de lideranças do PCC em São Paulo e a ordem seria de coordenar um movimento no Ceará semelhante ao que ocorreu em São Paulo no último fim de semana.

O presidente do sindicato dos Agentes Penitenciários, Augusto Coutinho, confirmou a informação, mas não quis dizer o nome do agente penitenciário que lhe repassou o documento.

A notícia sobre a ligação surgiu depois da visita realizada na última semana no presídio, onde o parente de um dos presos teria sido informado sobre o telefonema. ‘‘Já sabemos sobre a presença naquele presídio de pelo menos cinco membros do PCC e estamos antecipando para tentar evitar o que aconteceu em São Paulo’’, disse o presidente do Sindicato da Polícia Civil (Sindepol), Luzimar de Moura.

De acordo com o presidente do sindicato do Polícia Civil, o documento seria encaminhado, ontem à tarde, ao governador Lúcio Alcântara e ao secretário de Justiça, Evânio Guedes, na tentativa de discutir, além desse assunto, a implantação do Conselho de Segurança.

JUSTIÇA — ‘‘Caso nenhuma providência seja tomada em relação à segurança no Ceará, vamos entrar através da Justiça com uma Ação por Improbidade Administrativa contra o Estado’’.

A afirmação veio do presidente da Associação do Ministério Público, Francisco Gomes Câmara, que contesta a preparação da Polícia do Estado para uma situação de confronto, caso ocorra algum incidente nos próximos dias.

Já Luzimar Moura enfatizou a situação de abandono em que se encontram as delegacias em todo o Estado, destacando que desde a sexta-feira, os policiais estão apreensivos com a possibilidade de motins nas delegacias, uma vez que a maioria delas estão com a capacidade de presos acima do normal.

Segundo ele, cerca de 142 dos 185 municípios cearenses não possuem delegacias, o que facilitaria a ação de integrantes do crime organizado em caso de resgate de presos nas unidades de destacamento da polícia em nosso Estado.