Milionários têm melhor índice de reeleição na Câmara. 5 de 6 cearenses obtiveram novo mandato

Mesmo entre os que já são deputados a força do patrimônio mostra-se determinante na eleição para a Câmara. Entre os 125 milionários que tentaram a reeleição para a Câmara, 89 foram eleitos no dia 1º de outubro. O índice de aprovação entre eles foi de 71,2%. Outros 36 deles ficaram de fora.

Entre aqueles com bens abaixo de R$ 1 milhão, conforme declaração apresentada aos tribunais eleirorais, o índice de aprovação foi bem menor: 52,4%. Dos 313 não-milionários que tentaram a reeleição, 164 foram eleitos e 149, não. Os demais 75 deputados ou concorreram a outros cargos ou não disputaram as eleições.

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A análise da faixa patrimonial seguinte confirma a hipótese de que deputados mais endinheirados têm maior facilidade para se reeleger. Vinte dos 36 milionários que não se reelegeram (55,5%) possuem entre R$ 1 milhão e R$ 2 milhões em bens. Nessa mesma faixa, entre os reeleitos, estão 38 entre os 89 deputados (42,7%).

Todos os deputados milionários do Amazonas, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Piauí e Tocantins que tentaram a reeleição conseguiram. Mas é verdade que a maior parte desses Estados tinha poucos deputados nessa situação. Na Bahia, 10 entre 12 reelegeram-se; no Ceará, 5 entre 6; em Pernambuco, 7 entre 9; em Minas Gerais, 13 em 18.

Dificuldades na mudança de cargos

Os Estados que elegeram relativamente poucos milionários foram São Paulo, 11 entre 20, e Rio de Janeiro, com 2 entre 5. O Amapá e o Acre tinham só um deputado cada com patrimônio acima de R$ 1 milhão, e eles não conseguiram se reeleger.

Entre os 15 deputados milionários que tentaram outros cargos no dia 1º de outubro, a sorte foi bem menor. Apenas quatro elegeram-se, dois deles para o Senado e dois para o cargo de vice-governador. Um deles ainda pode ser eleito vice-governador do Rio Grande do Norte, no segundo turno. Os outros dez foram derrotados, entre eles os quatro que tentaram descer um degrau, tentando se eleger deputados estaduais.