Transição entre prefeitos no município é tensa. Novo titular do Executivo denuncia desmonte na administração

O prefeito de Beberibe Odivar Facó (PSDB), que tomou posse no último dia 23, sexta-feira passada percorreu as redações dos jornais em Fortaleza para declarar estar impedido de efetivar os pagamentos da Prefeitura. Segundo ele, os computadores da administração foram encontrados sem os programas de execução do sistema de contabilidade e tesouraria. Desta forma, segundo ressaltou, está bloqueado o funcionamento do setor financeiro da gestão. Facó é o terceiro prefeito de Beberibe nos últimos três anos.

Facó, que perdeu a eleição em Beberibe por uma diferença de apenas dois votos, assumiu a Prefeitura após o titular do cargo, Daniel Queiroz, ter sido afastado por decisão da Justiça Eleitoral.

O tucano relatou a forma como encontrou a Prefeitura aos representantes do Ministério Público Estadual Antônio Edvando Elias de França e Ana Cláudia Oliveira Torres. Aconselhado pelos promotores de Justiça, procurou a delegacia municipal de Beberibe a fim de registrar um boletim de ocorrência e solicitar a realização de uma perícia técnica, do Instituto de Criminalística, que comprovasse que os dados da Prefeitura foram danificados.

“Não é questão de retaliação ou revanchismo. Só queremos trabalhar”, declarou o atual prefeito.

O episódio é mais um capítulo da crise política instalada em Beberibe desde 2005. Em menos de três anos, a cidade já foi administrada por três prefeitos e é palco de muitas denúncias de improbidade administrativa e compra de votos.

Odivar Facó assumiu o lugar de Daniel Queiroz (PHS), cassado no último dia 19 por compra de votos. Daniel, por sua vez, era vice de Marcos Queiroz (PT), que ganhou as eleições de Odivar por dois votos. Logo no início do mandato, Marcos e Daniel brigaram e o vice denunciou o prefeito por desmandos administrativos. O petista foi afastado pela Justiça e, depois, cassado pela Câmara Municipal. Daniel assumiu a Prefeitura. Mas não por muito tempo.

Logo após a eleição, ainda em 2004, Odivar denunciou a coligação de Marcos e do então vice Daniel por compra de votos. O caso vinha tramitando na Justiça desde então e, no último dia 19, o juiz da Comarca de Aracati, Jurandir Vieira de Marques, cassou o mandato de Daniel sob acusação de crime eleitoral, compra de votos. A decisão fez com que o segundo lugar, Odivar, ascendesse à Prefeitura.