Violência é causa de 12,8% das mortes no CE Os índices de óbitos violentos, levantados pela pesquisa Registro Civil 2006, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), assustam, principalmente entre os homens. No Nordeste, em relação ao sexo oposto, a incidência é quatro vezes maior. Somente em 2006, 12,8% dos homens que morreram no Ceará foram vítimas de homicídios, suicídios, acidentes de trânsito, entre outras causas violentas. A cada 100 mil, 80,4 tem entre 15 e 24 anos.
O Rio de Janeiro, entretanto, é o Estado com maior incidência desses casos. Lá, a taxa de mortalidade nessa faixa etária, do sexo masculino, alcança a cifra de 216 óbitos por 100 mil habitantes, com pequena queda em relação ao observado para 2005 (229,6).
A lista é seguida pelo Espírito Santo, estável em relação ao ano anterior (203,8), Pernambuco, com tendência de aumento (203,6 contra 189,5, em 2005) e Paraná, que também apresentou estabilidade. Enquanto as taxas de São Paulo estão diminuindo desde o ano 2002, passando de 234 óbitos violentos para 125 por 100 mil habitantes.
O IBGE destaca ainda que, entre 2002 e 2006, verifica-se redução da mortalidade entre os jovens de 15 a 24 anos. No Brasil, o declínio foi de 17,7%. Com exceção de um pequeno grupo de Estados, onde a mortalidade teve crescimento (Pará, Maranhão, Rio Grande do Norte, Alagoas, Bahia, Paraná e Santa Catarina), a mortalidade entre os jovens de 15 a 24 anos reduziu. Mas essa tendência parece estar sofrendo uma interrupção, se considerarmos a comparação entre os anos de 2006 e 2005.
Na avaliação do IBGE, esses dados demonstram que, a mortalidade por causas violentas, particularmente entre os homens, são elevadas, apesar da tendência de declínio observada a partir de 2002. “Além disso, a questão da violência, principalmente entre jovens, não se restringe apenas às áreas consideradas mais dinâmicas do País. Os dados assinalam que o fenômeno da violência é cada vez mais comum, envolvendo um número expressivo de outras áreas geográficas, especialmente, entre indivíduos do sexo masculino”, diz a pesquisa.
Em relação às mulheres, as taxas de mortalidade na faixa etária de 15 a 24 anos são mais elevadas nas Regiões Centro-Oeste e Sul (19,7%o e 19%o, respectivamente) e menores no Norte (12,7%o ) e Nordeste (11,2%o). Já entre os Estados, Rondônia tem o índice mais elevado, 28,4%o, seguido de Santa Catarina, Espírito Santo, Amapá, Mato Grosso, Distrito Federal, Paraná e Mato Grosso do Sul, cujas taxas são superiores a 20 óbitos por 100 mil habitantes.
As menores taxas são observadas em Roraima e em estados da Região Nordeste, com valores inferiores a 10 óbitos por 100 mil habitantes. No Ceará, 11 mulheres, entre 15 e 24 anos, morrem vítimas de causas violentas por cada 100 mil habitantes. A diferença, se comparado ao sexo masculino, é de 69 óbitos.
Casamentos e divórcios aumentaram
No Brasil, o número de casamentos aumentou, e o de divórcios também. Foram 889.828 uniões legalizadas em 2006, 6,5% a mais do que no ano anterior. As mulheres, entretanto, estão casando mais cedo. Quando comparado ao sexo oposto, as taxas delas só são maiores nos grupos etários de 15 a 19 anos e 20 a 24 anos. Enquanto 35,8% deles casaram entre 25 e 29 anos.
Depois dos 60, são os homens os mais “corajosos”. A diferença por sexo nas taxas de nupcialidade legal, nessa idade, é significativa, sendo de 3,4‰, para os homens, e de apenas 0,9‰, para as mulheres. No Ceará não é diferente, esses percentuais são de 3,1‰ e 0,7‰, respectivamente.
Outra constatação do IBGE é que há um declínio constante da proporção de casamentos entre solteiros no País, passando de 90,9% para 85,2%, em dez anos. Em contrapartida, é crescente a proporção de casamentos entre indivíduos divorciados com cônjuges solteiros. Os percentuais mais elevados são observados entre homens divorciados que casaram com mulheres solteiras, passando de 4,2% para 6,5% entre 1996 e 2006. Aumentam ainda, nos últimos dez anos, os casamentos entre cônjuges divorciados, de 0,9% para 2,2%.
O aumento de divórcios concedidos, entretanto, foi ainda maior do que o de casamentos, 7,7%, passando de 150.714 para 162.244. Todas as regiões apresentaram tendência de crescimento, sendo de 16,6% para o Norte, 5,3% para o Nordeste, 6,5% para o Sudeste, 10,4% para o Sul e 9,3% no Centro-Oeste.