Comparativo mostra aumento em roubos de carros no Ceará O técnico em informática João César Júnior, 29, deixou seu carro estacionado na avenida Abolição, no bairro Meireles, e foi treinar basquete no último dia 21. Quando retornou, à noite, seu Logus, ano 1994, não estava mais lá. “Foi a primeira vez e espero que seja a última. O carro foi encontrado dois dias depois, na Parangaba”, diz Júnior. Os ladrões deixaram o carro, mas levaram itens como o kit de gás natural veicular, os pneus e a bateria. “Já tinha dado o carro como perdido. Foi uma sorte terem encontrado”, completa.

O caso de Júnior entra para as estatísticas de um índice que vem crescendo nos últimos anos no Estado: o de roubo e furto de veículos. A diferença do total de casos registrados de janeiro a setembro de 2007 comparado com todo o ano de 2000 é de 151%, de acordo com dados da Coordenadoria de Inteligência (Coin) da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). Em 2000, havia 32,08 furtos ou roubos de carros no Estado para cada grupo de 100 mil habitantes. Este ano, o número chega a 80,46. Se continuar neste índice, 2007 pode ultrapassar o ano passado, com 90,68 crimes para 100 mil moradores do Ceará.

Em números brutos, a diferença entre o número de crimes em 2000 e em 2006 é mais gritante. Há sete anos, 2.380 veículos foram furtados ou roubados no Ceará. Em todo o ano de 2006, foram 7.451 registros, número três vezes maior. De acordo com o titular da Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos e Cargas (DRFVC), Romério Almeida, o número de carros furtados é elevado, mas a quantidade destes bens recuperados é igualmente grande. Em boa parte dos casos, explica o delegado, os itens levados são aros, som, pneus e o kit de gás natural veicular (GNV). Em outras ocasiões, os carros e motos acabam sendo utilizados para crimes e abandonados posteriormente. “Nos casos dos cilindros de gás, já sabemos que eles são levados para o Rio Grande do Norte e revendidos por lá”, destaca.

Recuperação
De acordo com o delegado, mais de 80% dos carros acabam sendo recuperados. Para os proprietários com “menos sorte”, alguns automóveis são deslocados para as sucatas que comercializam peças roubadas. “No caso de sucatas, conseguimos identificar alguns donos que foram presos. Existem 125 itens de identificação nos carros que verificamos. Conseguimos identificar o transplante de um motor de um carro roubado para outro”, exemplifica Almeida.

Em outros carros, como nos automóveis de luxo, a exemplo de Hilux e Pajeros, eles acabam sendo enviados para estados vizinhos, como Rio Grande do Norte e Pernambuco, onde são clonados. Romério explica que, primeiro, os bandidos identificam no Ceará um carro com as mesmas características – cor e outros aspectos – do que eles levaram. Depois, copiam a placa e criam documentos legais de carros para serem revendidos posteriormente.

Desta maneira, um carro pode estar no Ceará e receber multas em outros locais. “É quando chegam as multas que os proprietários dos carros legalizados percebem o golpe”, diz. Como o serviço de clonagem é complexo, muitas das vezes, somente carros de valor elevado são clonados. “Os de menor valor acabam ficando por aqui mesmo”, resume o titular de especializada.

Serviço – dicas

O que fazer para se precaver contra furtos

Instale equipamentos de segurança como alarmes para sinalizar que o veículo está sendo violado.

Outra dica é colocar travas de segurança no carro. Existem modelos que impedem o assaltantes de passar marchas, mover a direção e o pedal. Outros sistemas de travas cortam o fluxo de combustível.

Não deixe bolsas, sacolas plásticas ou objetos de valor dentro do carro. Com o som, o ideal é guardá-lo momentos antes de estacionar, para evitar indicar a assaltantes que seu carro possui som automotivo.

Evite estacionar em locais desertos. Na dúvida, prefira pagar um estacionamento.

Contra roubos

Evite acionar o alarme à distância. Isso indica para qual carro você está se dirigindo, favorecendo a ação dos bandidos.

À noite, evite parar em sinais. Prefira diminuir a velocidade para ganhar tempo de o sinal abrir. Se preferir, estacione distante dos sinais e fique atento à chegada de pessoas em moto, de bicicletas ou a pé.

Caso seja abordado, realize movimentos suaves e fale com tranqüilidade aos assaltantes todos os movimentos que irá realizar, como desligar o veículo, baixar a mão para retirar o cinto de segurança ou abrir o carro. Com um movimento brusco, o bandido pode acreditar que você tentará pegar uma arma.

Em caso da DRFVC encontrar o seu veículo roubado ou furtado, para liberá-lo, você deve

Mostrar cópia do Boletim de Ocorrência

Cópia do documento do veículo

Cópia do documento de identidade

Feitos estes procedimentos, será realizada uma vistoria no veículo.