Promotoria de Aquiraz identifica contas-fantasma O Ministério Público do Estado identificou 24 contas bancárias no Ceará usadas para os depósitos das vítimas de golpes virtuais de vários estados do País. Segundo o promotor Francisco de Assis Marinho, da 1ª Vara de Aquiraz, as contas-laranja foram abertas em 16 agências da Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Bradesco localizadas em Fortaleza, Sobral, Limoeiro do Norte e Maracanaú. Oito contas em outros estados também estão sendo investigadas pelo MP.

O promotor afirmou que o valor movimentado no Ceará com os golpes telefônicos – “seqüestro-virtual” e “número premiado” – ainda está sendo apurado pelo Ministério Público e pelo Departamento de Inteligência da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). “Ainda estamos fazendo o levantamento, mas é muito dinheiro. Em apenas uma conta há depósito de R$ 3 mil”, diz Francisco Marinho. “Também estamos apurando quando essas contas foram abertas”.

Segundo Marinho, o Ministério Público já identificou três pessoas de outros estados que receberam ligações de detentos do IPPS. Duas delas, moradoras do Rio de Janeiro e de Salvador (BA), caíram no golpe telefônico e depositaram dinheiro em contas-laranja. A terceira vítima seria um promotor de Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo, mas ele não chegou a cair no golpe. “O bandido diz que a pessoa ganhou um prêmio e dá um prazo para ele retornar a ligação. Mas o promotor não retornou o telefonema”, explica.

As contas, de acordo com o promotor Francisco Marinho, normalmente são abertas por “laranjas” e movimentadas pelos próprios bandidos. Ele diz que o MP já identificou quatro golpistas. “Estamos fazendo uma investigação ampla para sabermos até que ponto essas pessoas estão envolvidas”, diz ele, reiterando que os laranjas utilizam nomes verdadeiros para a abertura das contas. Marinho diz que o Ministério Público dispõe de 12 CDs com gravações telefônicas envolvendo golpes de seqüestro-virtual e número premiado.

“É importante que as pessoas denunciem esse tipo de crime”, afirma. Segundo o promotor Francisco de Assis Marinho, da 1ª Vara de Aquiraz, as investigações poderiam ser facilitadas se a maioria das vítimas de golpes virtuais denunciassem os crimes. “As pessoas têm medo de fazer a denuncia, pois são ameaçadas pelos bandidos no momento do golpe”, afirma.