Em Campos, no Rio de Janeiro, fraudes envolvendo contratações de 16 mil funcionários para Prefeitura, além de licitações, levaram a 14 prisões pela Polícia Federal
A Polícia Federal (PF) prendeu nesta terça-feira, 11, 14 pessoas acusadas de fraudes em licitações e contratações de funcionários para prefeitura de Campos (RJ). Por conta das irregularidades, o prefeito do município, Alexandre Mocaiber (PSB), foi afastado do cargo por decisão da 1ª Vara Federal de Campos, atendendo a pedido do Ministério Público Federal.
Desde o início do ano passado, a prefeitura teria contratado para cargos administrativos cerca de 16 mil funcionários e ainda superfaturado 70 shows, totalizando um prejuízo de R$ 240 milhões.
Entre os presos, estão o procurador-geral do município, Alex Pereira Campos, o secretário de Obras, José Luis Maciel, o secretário de Desenvolvimento, Edílson de Oliveira, além de funcionários do segundo escalão e seis empresários.
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Prefeito em exercício tranqüiliza terceirizados
Há oito meses a polícia investiga as fraudes, que teriam começado no ano passado, com o suposto conhecimento de Alexandre Mocaiber, então prefeito do município com a maior arrecadação no Rio.
“(Ele) Certamente saberia. O prefeito está na investigação, em razão do foro privilegiado será levado ao Tribunal (de Justiça)”, explicou o superintendente.
Segundo o superintendente da PF no Rio, Valtinho Jacinto Caetano, o esquema lucrava com contratações ilegais por meio das fundações filantrópicas Cruz Vermelha e José Pelúcio e com o superfaturamento de shows realizados pela prefeitura.
“Em vez da licitação, a contratação de servidores terceirizados era feita por uma dessas organizações. Era feita com isenção de tributos, e ainda com salários superfaturados, divididos pelas pessoas de conduta criminosa”, explicou Jacinto.
Na operação, batizada como Telhado de Vidro, a PF apreendeu também sete automóveis de luxo e R$ 100 mil em espécie. Um avião de pequeno porte também está entre os bens procurados para apreensão.
A investigação do MPF originou-se de relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), do Ministério da Fazenda, que indicava uma movimentação financeira incomum na região.