Cidade do DF se mobiliza contra violência nas escolas A escalada na violência nas escolas públicas na cidade de Ceilândia, no Distrito Federal, provocou uma reação dos órgãos de segurança locais. Durante toda a semana, o secretário de Segurança Pública, general Cândido Vargas, esteve com sua equipe na cidade fazendo uma radiografia  e atacando o problema, que tem levado medo a toda a comunidade escolar. Segundo levantamento  do Sindicato dos Professores (Sinpro), por dia, é registrada pelo menos uma ocorrência  de violência nos colégios públicos do DF.

A medida foi anunciada no último dia 10, e faz parte do Programa Cidade Limpa, que prevê a realização de mutirões de limpeza, conservação e urbanismo na cidade. Até essa sexta-feira, a equipe da  Secretaria de Segurança percorreu todas as delegacias, batalhão escolar e também os colégios da região. A idéia é fazer um mapeamento dos principais  problemas existentes, como vandalismo, agressão contra docentes e tráfico de drogas, para, depois, combatê-los. Cândido Vargas prometeu comparecer pessoalmente nos estabelecimentos de ensino para definir as medidas que serão tomadas.

Bares também na mira

“Vamos circular pelas escolas e delegacias para conversar com diretores e professores. Os problemas  serão dectados para que possamos saber o que está faltando nessas escolas”, avisa o secretário Cândido Vargas. As ações de combate à violencia nos  colégios públicos também dependem da atuação permanente das famílias dos alunos, diz ele.

“O trabalho da polícia será útil, mas precisamos da participação rigorosa dos pais. O grande problema que observamos, nesses casos, foi a falta de acompanhamento dos alunos”, ressalta.

Segundo o delegado-chefe da 15ª DP, Adval Cardoso, o efetivo policial dará prioridade absoluta à segurança nas escolas, a pedido do general Cândido Vargas. “As visitas serão feitas, mas não temos como manter um policiamento efetivo diário nas escolas. Vamos depender da colaboração dos funcionários dessas instituições e também da comunidade”, afirma o delegado.

Segundo o GDF, a polícia, em parceria com a Subsecretaria de Fiscalização (Sufis), vai atuar também na fiscalização de bares  e quiosques localizados nas proximidades das escolas. “Estamos operando nos locais que vendem bebidas alcoólicas. Geralmente esses estabelecimentos são barulhentos e, se estiverem muito próximos, atrapalham a ordem das escolas”, disse Cardoso. O delegado afirmou que esse tipo de comércio será fechado se constatada a influência nas atividades escolares dos alunos.

Entre os episódios de violência registrados nas escolas do distrito Federal recentemente, está a agressão sofrida pelo professor Valério Mariano no Centro de Ensino Fundamental (CEF) 04, de Ceilândia. O acusado pelo espancamento é um ex-aluno da escola. Na sexta-feira, 6, o colégio organizou um protesto pela paz.

O secretário de Educação, Luiz Valente, o senador Cristovam Buarque (PDT/DF) e os representantes do Ministério Público, Secretaria de Segurança Pública e do Sinpro discutirão possíveis medidas, como a instalação de uma CPI da Violência nas Escolas de todo o País.