MP denuncia presos acusados de mandar assassinar agente O Ministério Público denunciou ontem um grupo de sete detentos acusados de planejar e mandar executar o agente penitenciário Francisco Kleber Nobre da Silva, morto com 19 tiros de pistola há pouco mais de um ano. Foram denunciados Alexandre Sousa Ribeiro, o Alex Gardenal; Carlos Alexandre do Nascimento, Francisco Neilson Xavier da Silva, Antônio Ivanilson Soares da Cunha, o Nego Cunha; Francisco Rafael do Nascimento, o Rafael Cocão; Jean Maia da Costa e Daniel Benício Menezes da Silva. Todos já estão recolhidos ao Instituto Penal Paulo Sarasate (IPPS) e tiveram a prisão preventiva decretada pelo juiz da 5ª Vara do Júri, Jucid Peixoto do Amaral.
O crime foi arquitetado de dentro do IPPS por seis dos denunciados, que o consideravam linha dura. A execução teria sido uma represália e o momento do crime, a pedido dos mandantes, foi filmado por um aparelho celular e depois assistido em forma de uma videoconferência entre os presos do IPPS. Essa informação consta no relatório do Ministério Público obtido pelo O POVO, que ontem mesmo seguiu para a Justiça.
De acordo com o documento do Ministério Público, a morte de Cleber Nobre começou a ser tramada alguns dias antes da sua execução. Consta nos autos que o agente era muito rígido nas vistorias. Certa vez, teria agredido e depois trancado numa solitária (xadrez em que o preso fica isolado por vários dias), o detento Rafael Cocão. O preso é apontado no documento como homem de confiança e protegido pelo grupo liderado pelo assaltante Alex Gardenal.
Alex Gardenal, Jean Maia e Rafael Cocão teriam contratado o serviço de Neilson Xavier, que na época do crime estava em liberdade. Neilson intermediou o crime encomendando a execução a Nego Cunha e outro homem ainda não identificado nos autos como sendo os responsáveis pela filmagem e pela execução. O grupo de presos teria arrecadado a importância de R$ 16 mil para pagar aos homens responsáveis pela execução. O dinheiro foi adquirido através de golpes aplicados pelos detentos com ligações telefônicas de dentro do presídio.
Com a aceitação da denúncia, a Justiça agora dará início a fase de alegações finais. Inicialmente serão ouvidas as testemunhas de defesa e acusação. Em seguida, o juiz Jucid Peixoto do Amaral marcará a data do julgamento dos réus. Não há previsão de júri.
E-MAIS
> o agente penitenciário foi executado no dia 11 de novembro de 2007, na rua Antonina do Norte, bairro Monte Castelo, após deixar o plantão no IPPS.
> Dois homens, um deles, identificado no processo como sendo o pistoleiro Nego Cunha atirou 19 vezes.
> Nego Cunha está preso no IPPS desde o final do ano passado. Ele é réu em outro processo, onde é acusado de matar um traficante em Beberibe.
>A mulher de um dos presos teria sido responsável pelo levantamento do endereço do agente penitenciário.
> O carro usado pelos criminoso foi queimado, mas a Polícia ainda tem esperança de chegar ao segundo executor, responsável pela locação do automóvel.