A prefeita de Fortaleza, Luizianne, e o vice-prefeito Tin Gomes poderão ter que explicar suas declarações para os promotores de Justiça de que houve compra de votos na eleiçãoa para a Mesa Diretora da Câmara Municipal.

 

A Procuradoria Geral de Justiça do Estado do Ceará (PGJ) está encaminhando hoje para as 18 promotorias criminais e às quatro de defesa do patrimônio público da Capital um pedido para que as mesmas investiguem o teor e a veracidade das declarações da prefeita Luizianne Lins (PT), no último final de semana, segundo as quais teria havido oferecimento de dinheiro para vereadores no processo de eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Fortaleza (CMF).

Na tarde de ontem, a Executiva Municipal do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) enviou nota às redações, dizendo que também solicitou ao Ministério Público a apuração dos fatos. No referido documento, além de trechos de declarações da petista, também são citadas as colocações do presidente da Câmara Municipal, vereador Salmito Filho (PT), de que houve chantagem e pressões impublicáveis na eleição da Mesa Diretora.

De acordo com o assessor jurídico da PGJ, Promotor de Justiça Luis Laércio Melo, que falou em nome do órgão, além do pedido de investigação sobre as declarações da petista, também será solicitado aos promotores de justiça da Capital, que os mesmos encaminhem uma notificação ao vice-prefeito de Fortaleza, Tin Gomes, devido as suas colocações aos meios de comunicação, as quais iria iniciar suas férias a partir de ontem, após ter tomado posse no referido cargo, na manhã da última segunda-feira, na Câmara Municipal.

Segundo Luis Larécio, para a PGJ, embora Luizianne Lins tenha mencionado o fato de que o oferecimento de dinheiro na eleição da Mesa Diretora tenha sido boato, o mesmo precisa ser apurado pelo fato de poder ter havido corrupção passiva. ´Não precisa nem o vereador em questão ter aceitado, o simples fato de ter havido o próprio oferecimento configura corrupção passiva´, ressaltou.

Férias

O encaminhamento é que as promotorias chamem tanto a prefeita, o vice, como os 41 vereadores da Câmara Municipal de Fortaleza (CMF) para darem suas explicações sobre os fatos. Os materiais a serem encaminhados aos promotores serão cópias das matérias publicadas nos jornais.

Sobre as declarações do vice-prefeito, o assessor também informou que a PGJ vai pedir celeridade às promotorias para as apurações, pois ´é inconcebível um agente político tomar posse e no outro dia tirar férias, por isso vamos pedir celeridade às promotorias, e, se for verdade, o fato configura prevaricação´, alertou.

O presidente da seccional cearense da OAB, Hélio Leitão, informou que a entidade vai apenas acompanhar as investigações dos promotores.