Agindo dentro do que dispõe a Constituição e sua Lei Orgânica, o Ministério Público, através dos Promotores de Justiça e Procuradores, vem dando enorme contribuição para o País, no combate à corrupção.

Assim como os atuais franceses, ingleses, finlandeses, suecos, etc, herdaram dos seus antepassados seus países de hoje, nós brasileiros herdamos dos nossos o também Brasil de hoje. Somos herança daqueles que nos dirigiram deste o nosso descobrimento, de Pedro Álvares Cabral a Lula. Herdamos um Brasil como o quinto maior país em extensão territorial, o quinto maior em população e a oitava economia do planeta. Estamos entre os dez mais ricos do mundo! Nas Américas, perdemos apenas para os Estados Unidos. Somos, portanto, mais ricos do que o invejável Canadá. Herdamos, também, um país com extensos bolsões de pobreza, profundas desigualdades sociais e corrupção extrema. Nas Américas, o Brasil é campeão em desigualdade social, daí a violência no nosso dia a dia.

Somos frutos de nossa classe política, de Thomé de Souza até os dos dias atuais, passando, inclusive, por figuras deploráveis como Paulo Maluf. Somos essa herança! Não restam dúvidas de que estamos mudando. A prisão do governador José Roberto Arruda é um forte registro dessas mudanças. E o âmago dessas mudanças está na existência do Estado Constitucional que somos desde 1988, no Estado Democrático de Direito, onde todos são iguais e submetidos ao império da lei, indistintamente.

E isto só é possível com existência de instituições fortes e livres. Dentre elas está o Ministério Público, que, com a carta de 1988, tomou novas e fortes feições como órgão essencial à justiça, de defesa da ordem jurídica, do estado democrático e dos interesses sociais e coletivos indisponíveis.

Agindo dentro do que dispõe a Constituição e sua lei orgânica, o Ministério Público, através dos promotores de Justiça e procuradores, vem dando enorme contribuição para o País, no combate à corrupção, enfrentando os que desviam o dinheiro público para enriquecimento próprio. Maluf é o exemplo patente desses desvios. O Ministério Público descobriu que Maluf, homicida em massa, em um só dia, transferiu para um banco suíço, US$ 200 milhões; numa outra vez, US$ 117 milhões para uma conta que já tinha US$ 154 milhões.

O que não se deixou de fazer com todo esse dinheiro? Quantas escolas, quantos postos de saúde, quantos hospitais, quantas UTIs e quantas estradas deixaram de ser construídas? Quantos medicamentos deixaram de ser adquiridos e quantos morreram por falta desses equipamentos? Maluf, aquele mesmo, que já foi preso por corrupção, “dono“ de milhões em paraísos fiscais, proibido de sair do Brasil, sob pena de ser preso e extraditado para os Estados Unidos, aqui é deputado federal e faz leis para que todos os brasileiros cumpram.

Achando-se vítima de promotores e procuradores da República, a iniciativa desse ícone da desonestidade é proteger os corruptos da atuação do Ministério Público e acostumado a anos e anos de impunidade e intocabilidade, quadro que o gerou, seu desejo é transformar em réus promotor e cidadão brasileiros.

HEITOR FÉRRER
Deputado estadual (PDT)